Leônidas Oliveira deixa a Fundação Municipal de Cultura

Amira Hissa + Tatiana Rocha/PBH

Há quase cinco anos à frente da FMC (Fundação Municipal de Cultura), o presidente Leônidas Oliveira se prepara para deixar o cargo. Nomeado pela gestão Marcio Lacerda (PSB), em 2012, e um dos poucos a permanecer no alto escalão após a transição de governo, o gestor anunciou nesta semana que vai entregar o posto, em 15 dias, para iniciar um pós-doutorado em Évora, em Portugal.

Kalil, por outro lado, já estuda um novo nome para substitui-lo. Segundo informou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte, o novo gestor cultural deverá ser anunciado na próxima semana.

“Quando o prefeito [Kalil] me convidou, eu já havia comunicado que esperava a resposta de um pós-doutorado. Como eu tinha férias vencidas, fui a Portugal recentemente e recebi a notícia de que havia sido admitido”, conta. “Agora, o prefeito me pediu um prazo de 15 dias para transição, o que eu acho muito razoável para que possamos adequar projetos à nova gestão [da FMC]”.

Ainda segundo Leônidas, dois projetos importantes serão deixados para a próxima administração da FMC: a regulamentação da nova lei de captação de recursos (Política Municipal de Fomento à Cultura) e a resolução de entraves judiciais sobre a descaracterização de parte dos equipamentos do Complexo Arquitetônico da Lagoa da Pampulha.

“São questões que já estão praticamente encaminhadas, pois o Ministério Público vem intermediado”, explica. Entre as adequações exigidas pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para a manutenção do título de Patrimônio Cultural da Humanidade estão a a retirada de uma guarita erguida na Casa do Baile e a readequação da Praça Dino Barbieri.

“Agora, a questão da lei de fomento, que foi aprovada no final do ano passado, será importante que a regulamentação seja feita neste governo. Ela vai proporcionar a descentralização da cultura e da tomada de decisões”, avalia.

De fundação à secretaria?

Leônidas esclarece ainda que o intuito do prefeito Alexandre Kalil não será transformar a FMC em secretária Municipal, mas, sim, criar a nova pasta e vinculá-la à fundação. “Isso vai depender da reforma administrativa, que ele encaminhará à Câmara. É um pedido da classe artísticas, mas há controvérsias também”, alerta.

Segundo o gestor, atualmente, a fundação já conta com autonomia para “fazer políticas culturais e implementá-las”. Além disso, segundo ele, a medida não implicaria em mais investimento no setor. “Hoje, a fundação é o único órgão vinculado ao próprio gabinete do prefeito. Então, [criar uma secretaria] não será garantia de mais recursos”.

Além de presidir a FMC desde 2013, Leônidas administrou o Museu Histórico Abílio Barreto entre 2009 e 2012. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Minas, mestre em Restauração e Reabilitação do Patrimônio Arquitetônico pela Universidade de Alcalá de Henares, em Roma, e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Valladolid, na Espanha, Leônidas deixa a FMC para realizar pós-doutorado em Antropologia em Portugal.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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