Campanha busca ajudar mulher que perdeu a perna para salvar animal: ‘Meu sonho é preencher o que falta em mim’

Mulher perdeu a perna tentando salvar animal de estimação (Reprodução Facebook/Monique Olive)

Uma chuva forte, o amor por um animal e uma triste coincidência mudaram completamente a vida da vendedora Andréa Duarte, de 37 anos. A mulher perdeu a perna esquerda para tentar salvar sua cachorra de um desmoronamento. Agora, ela precisa de uma prótese que custa cerca de R$ 30 mil para voltar a andar e viver normalmente.

Tudo aconteceu no dia 4 de dezembro 2016. Era noite de domingo e a mulher assistia à televisão com o marido na sala em sua casa no Barreiro. De acordo com ela, se tratava de uma reportagem sobre o goleiro Jackson Follmann, que teve a perna amputada após o acidente de avião da equipe da Chapecoense.

Suas filhas, gêmeas de 9 anos, já estavam dormindo. Quando, de repente, barulhos no quintal alertaram o casal. O muro estava cedendo devido à forte chuva. Sem pensar duas vezes, Andréa correu até o canil, no fundo da casa, para salvar sua cachorra Lolita. “Na hora só pensei na minha cachorra. Levantei e fui direto ao canil para pegá-la”

Entretanto, não deu tempo de chegar até o animal. “Quando fui esticar minha mão para pegar ela, meu marido me puxou pelo braço. Fiquei olhando para a Lolita, sem entender a reação dele. Quando me dei conta, o muro de 4,5 metros explodiu e os escombros caíram em mim. Empurrei meu marido e caí no chão. Fui soterrada por blocos de concreto, lama, telhas e vigas. Senti uma dor muito forte”, relatou.

A vendedora ficou com a perna soterrada por cerca de 40 minutos. “Foi uma dor terrível, nunca tinha sentido nada parecido. Eu estava presa embaixo da viga e o meu marido tentava me puxar. Apenas minha cabeça estava para fora, pois a lama tomou conta de todo o meu corpo. A minha perna ficou pressionada pela estrutura de concreto e ferro que segurava o muro”, diz.

A mulher relata que temia pela vida e só pensava nas suas filhas e no seu marido. “Eu tinha certeza de que iria morrer. A minha única preocupação era que minha família conseguisse sair do local. Eles não precisavam ir junto comigo. Naquele momento, eu estava muito triste, pois, mesmo machucada, eu tinha certeza de que a Lolita estava morta”, explica a mulher.

Foi necessária a ajuda de cinco homens para retirar a mulher dos escombros. O socorro chegou e ela foi encaminhada para o Hospital João XXIII. Foram constatadas fraturas no joelho, fêmur e na tíbia. Além disso, ela teve esmagamento de partes do pé e da canela. Ela passou por uma longa cirurgia para reconstituição da perna e ficou internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) por 25 dias.

A cadela também foi soterrada e ficou cerca de 10 horas presa nos escombros. E só foi salva no dia seguinte, por agentes da Defesa Civil que vistoriavam a casa. Eles ouviram latidos vindos do desabamento e acionaram o Corpo de Bombeiros. Após serrar os vergalhões e quebrar concreto, a cachorra foi resgatada sem nenhum ferimento.

A perna de Andréa chegou a ser reconstruída em uma cirurgia, mas, devido a gravidade e algumas infecções, foi necessária a amputação. “Me lembro de quando a enfermeira viu a minha situação e chamou o médico para me informar da amputação. Eu chorei muito e pedi muito para não fazerem isso. Porém, tive que amputar abaixo do joelho devido a uma grave infecção pelo contato com a lama”, contou aos prantos.

Sem quadro de melhora, os médicos realizaram mais três cirurgias de amputação. Dessa vez, o procedimento foi feito acima do joelho. Além disso, a mulher teve pneumonia, infecção urinária e intestinal. Ela foi liberada na véspera do Réveillon.

Recomeço

Agora, cerca de três meses após o acidente, Andréa quer recomeçar a vida. Por isso, amigos e familiares da mulher se uniram para adquirir a tão sonhada prótese mecânica, que custa cerca de R$ 30 mil. “O meu maior sonho é comprar a parte que está faltando em mim”, diz Andréa.

Mesmo com a ajuda dos amigos para levantar a quantia desejada, ainda falta muito para alcançar o valor da prótese. E, além da perna mecânica, Andréa sonha em voltar a trabalhar, reformar sua casa e retornar para o lar que custou tanto sacrifício e que, agora, está praticamente abandonado. Ela já conseguiu começar a fisioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS).

A casa dela permanece interditada pela Defesa Civil de Belo Horizonte. Andréa mantém sua recuperação, junto à família, na casa da mãe, com as filhas e o marido. A cachorra Lolita também está muito bem. “Mais alegre do que nunca”, garante a mulher.

Ajuda

Os amigos da vendedora criaram uma página no Facebook para divulgar a causa. Quem quiser ajudar, os dados bancários para doações de qualquer valor são:

Caixa Econômica Federal

Agência: 0084  – Operação 013 – Poupança

Conta: 60338-4

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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