[Coluna do Orion] Como será o dia seguinte ao ‘fica Temer’?

Plenário se prepara para segurar Temer (Divulgação/Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)

A partir desta quarta (2), caso haja votação, a pergunta que se faz é sobre o dia seguinte à votação sobre o futuro de Michel Temer (PMDB). O placar de hoje poderá dar o tamanho da força dele. Pode ter força para escapar do julgamento, mas não para governar. A governabilidade de um presidente é a sua capacidade de ter apoio do Congresso Nacional de modo a aprovar os projetos que permitam governar, como, por exemplo, aprovar reformas constitucionais. Para isso, são necessários 308 votos. Será que ele conseguirá 308 votos para aprovar medidas impopulares como a reforma da previdência a um ano das eleições dos deputados e da maioria dos senadores?

Bom, se ele não conseguir, nesta quarta (2), uma vitória folgada, por exemplo, com 300 votos, será um sinal negativo do que pode ser a sequência de seu governo até o final de 2018, se conseguir chegar até lá. Afinal, serão feitas mais duas denúncias contra Temer e novas delações podem surgir, embora ninguém acredite que surjam denúncia e imagens tão fortes quanto aquela da mala em uma rua de São Paulo.

Presença e voto de deputado sobe de cotação

É hoje (2/8/17)? Será hoje? Ou o hoje será amanhã? Ou quem sabe, a semana que vem? Seja qual for, a hora dele não vai chegar agora, porque tudo É uma questão de contabilidade de votos, de deputados. Essa indefinição sobre a votação de hoje ou outro dia também é uma questão de numero de votos. Por isso, a presença e o voto de cada deputado federal têm subido de cotação a cada momento em que se aproxima da hora fatal.

Ninguém duvida que o governo tem votos suficientes para rejeitar o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), que pretende julgar Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República. O que ele não tem e, para isso, precisa da oposição, são os votos necessários para começar a votação, que é um placar de 342 votos, igual número que  a oposição precisa para autorizar o STF.

Pois bem, se a oposição obstruir, ou seja, não registrar presença, provavelmente, não haverá deputados suficientes para começar a votação. Nesse caso, ela poderá ser adiada para amanhã ou semana que vem.

É o máximo de estrago que a oposição poderá fazer ao presidente, já que não tem votos para derrotá-lo. É como comparar Michel Temer a um doente numa mesa de cirurgia, esperando os procedimentos médicos. Ele pode ficar ali, esperando um dia ou mais, sujeito a infecções e outras doenças oportunistas, como novas denúncias e mais pesquisas apontando a rejeição ao governo.

Se por outro lado, a oposição cooperar, a votação acontecerá e Temer sairá vitorioso, embora com sequelas desse tratamento, dessa cirurgia que não irá curá-lo totalmente.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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