Carrinho de ambulante pega fogo e estudantes se unem para comprar outro

Em poucos minutos, fogo destruiu o que Cristiano levou dois meses para construir

Quem passou em frente à PUC Minas na noite da última quinta-feira (10), assustou-se. Por volta das 21h, um fogo alto era visto em frente à portaria principal da universidade. Os bombeiros foram acionados e conseguiram conter as chamas. Era o carrinho de pastel do ambulante Cristiano Moreira, que tinha nele sua única fonte de renda.

Inconsolado e com braços e mãos queimadas, o vendedor chorava e gesticulava sem saber o que fazer. “Trabalho perto da PUC desde fevereiro do ano passado; antes, vendia só chup-chup. Construí o carrinho há pouco tempo para conseguir um dinheiro a mais. Quando ele começou a pegar fogo, meu coração doeu”, comenta Cristiano Moreira.

De acordo com Cristiano, o incêndio teve origem em um botijão de gás clandestino. O gás do carrinho havia acabado. Então, Cristiano foi ao depósito e comprou outro. “Os bombeiros me informaram, eu não sabia que o gás não era bom. Comprei lá perto de casa. Eles (os bombeiros) falaram que eu posso entrar na justiça por conta disso”, relata o ambulante.

Solidariedade

Durante a confusão, algumas pessoas tentaram ajudar Cristiano de alguma forma. “Estava chegando na PUC para minha aula e vi um movimento diferente. Algumas pessoas gritando para não chegar lá perto. Aí vi o fogo e fui entender que era o carrinho de um vendedor ambulante”, comenta Jade Gomes, estudante de Ciências Econômicas da PUC Minas.

“O Cristiano, dono do carrinho, estava chorando, desesperado, do outro lado da rua. Ele não conseguia falar e eu fiquei sem saber como ajudar na hora. Depois, com a cabeça fria, lembrei que quando estava no ensino médio, fizemos uma vaquinha para ajudar um vendedor de balas que ficava na porta do colégio”, comenta a estudante.

Para ajudar o vendedor, os estudantes criaram uma página no Facebook e a vaquinha online (AJUDE!). “Até o momento, já foram arrecadados R$ 655, mas o objetivo é chegar a R$ 4 mil. É importante lembrar também que a vaquinha está associada à conta da esposa de Cristiano, então o dinheiro cai direto para eles”, completa Jade Gomes.

Enquanto não consegue outro carrinho, o vendedor afirma que estará na portaria da PUC na próxima quarta-feira (16) para trabalhar. “Vou vender pão de queijo e empada em uma caixa de isopor mesmo. Não posso parar, dependo isso para sobreviver”, completa Cristiano Moreira.

 

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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