Exposição cancelada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, pode chegar a BH

Exposição Queermuseu iria até 8 de outubro, mas foi cancelada

O cancelamento de uma exposição tem dado o que falar nos últimos dias. A “Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira” foi inaugurada no Santander Cultural, em Porto Alegre, dia 15 de agosto. A exposição deveria acontecer até 8 de outubro. Porém, a mostra foi cancelada depois que pessoas pressionaram a instituição contra pedofilia, zoofilia e blasfêmia. Algumas imagens da exposição podem ser vistas aqui.

Após isso, artistas, curadores, produtores de arte e profissionais de diversas áreas se manifestaram contra a posição do Santander. Além do cancelamento, a instituição anunciou que devolverá à Receita Federal os R$ 800 mil captados pela Lei Rouanet para realizar a exposição.

Eles se posicionaram sobre o assunto por meio de uma nota que dizia que a finalidade do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia. Veja o texto que foi publicado:

Segundo informações do curador Galdêncio Fidelis, ele não foi procurado em nenhum momento pela instituição. Ele afirma que tudo que sabe vem da imprensa, mas que a decisão do Santander Cultural tem caráter irrevogável. Ainda de acordo com o curador, mesmo que o banco voltasse atrás, ele não sabe se seria possível dar sequência à mostra.  Afinal, o episódio está sendo visto como um desrespeito com a curadoria e os artistas selecionados.

Ainda de acordo com informações do curador, em afirmação publicada pela imprensa nesta terça-feira (12), existe a possibilidade de a mostra vir para Belo Horizonte, por intermédio de pessoas ligadas ao presidente da Fundação Municipal de Cultura de BH, Juca Ferreira. O Bhaz entrou em contato com a Fundação, mas a instituição não confirmou a informação. Mesmo sem a certeza, o público daqui já se animou e criou um evento nas redes sociais com esse objetivo.

Posicionamento da promotoria

Os promotores Denise Villela e Julio Almeida, do Ministério Público, compareceram à exposição do Santander Cultural nesta segunda-feira (11), um dia após o encerramento da mostra. De acordo com Julio, as obras não têm conteúdo de pedofilia. O que há, segundo eles, são algumas imagens que podem caracterizar cenas de sexo explícito.

Segundo o promotor, do ponto criminal não é possível ver nada. Ele ainda afirma que não é possível ver crianças e adolescentes em sexo explícito ou exposição de genitálias. Além disso, não há obras que façam com que a criança seja incentivada a fazer sexo com outra criança.”

Stephanie Mendes

Jornalista e redatora do Bhaz

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