Incêndios florestais afetam áreas verdes e encobrem a beleza da primavera

Queimadas e flores: as duas faces da primavera

A primavera chegou nesta sexta-feira (22) e, com ela, as flores que embelezam as ruas da capital, que já começaram a tomar novas cores. Uma floração de ipês rosados já está embelezando as avenidas Afonso Pena e Prudente de Morais. Na avenida Cristóvão Colombo, a beleza vem da floração da sibipiruna, que cobre o chão com suas flores amarelas.

Porém, a primavera traz marca de uma tragédia: os incêndios florestais. Em conversa com o Bhaz, Maria Dalce Ricas, superintendente-executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), afirmou que 2017 é o ano com o maior número de incêndios florestais registrados. “Não podemos afirmar que será o ano com a maior área devastada mas, sem medo errar, podemos cravar que o fogo nunca foi tão registrado em intensidade. Teve dia em que oito incêndios foram registrados no Rola-Moça. Nós ficamos desesperados”, afirma.

A falta de chuvas é um dos fatores que mais contribuem para a continuidade dos incêndios. Segundo Dalce, a primavera “chegou tarde” para algumas espécies que já foram devastadas pelas chamas. Belo Horizonte já registra mais de 100 dias sem chuvas. De acordo com o meteorologista Claudemir Félix, do Tempo Clima, da PUC-Minas, a ausência da chuva nessa época do ano é comum. “Os meses de agosto e setembro são característicos de tempo mais seco. Com isso, temos o registro da diminuição da umidade relativa do ar e o aumento no número de incêndios”, afirmou.

Amda recolheu 22 sacos de lixo próximo ao Rola-Moça (Divulgação/Amda)

Porém, com a chegada da primavera, espera-se a elevação da temperatura e a chegada de chuvas. “Essa estação é conhecida como  de transição entre o tempo seco e o chuvoso”, lembra Claudemir. Porém, segundo ele, não será no começo da primavera que teremos a volta das precipitações.

Para alertar sobre os impactos causados pelos incêndios, a Amda realizou nesta sexta uma blitz na entrada do Parque Estadual do Serra do Rola-Moça. No local, foram feitas cruzes com galhos de árvores queimadas e recolhidos 22 sacos de lixo com resíduos jogados por populares próximo do parque. “Eram muitos os objetos, que iam desde sandálias a peças de carro. Nem selvagem faz isso”, destaca Dalce.

A administração do parque divulgará, na próxima semana, a área devastada pelos incêndios, que duraram muitos dias, causando prejuízos à vegetação da reserva.

Na avenida Cristovão Colombo, a beleza das sibipirunas (Maick Hannder/Bhaz)

 

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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