[ENEM] Decidir carreira aos 18 anos: momento de sofrimento para muitos jovens

Na reta final do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), é comum os nervos estarem à flor da pele e a preocupação sobre o futuro só aumenta. Jovens que, nos seus 17 ou 18 anos, se vêem obrigados a definir o que fazer do futuro e qual caminho seguir. Pressão da família, da sociedade, mercado de trabalho e falta de informação das escolas influenciam para que essa decisão seja ainda mais difícil.

Segundo Fernanda Andresa, que é coach e voluntária da Fundação Estudar, “apesar de pensarmos que quanto mais opções se tem, mais fácil será a escolha, a liberdade, nesse caso, nos paralisa, tornando mais difícil escolher entre os cursos A, B, X, Y, entre empreender ou fazer intercâmbio”.

Lorrayne Emanuelle, 18 anos, sabe das áreas em que gostaria de atuar, mas ainda não tem certeza quanto à decisão final – Maick Handder/Bhaz

Emanuelle, de 18 anos, está nos preparativos finais para realizar o Enem daqui a algumas semanas. Ao mesmo tempo em que se vê dividida entre algumas opções de curso, sente também que não tem ideia do que fazer. “Não é que eu não tenha nenhuma opção, mas não sei ainda com certeza. Sei das coisas em que eu gostaria de trabalhar, mas ainda não sei como aplicá-las”.

Lorrayne conta que já fez testes vocacionais, conversou com amigos, mas, mesmo assim, não conseguiu se encontrar. E ainda lida, constantemente, com muita pressão da família e completa: “Tenho vontade de tirar um tempo para mim, para decidir com calma”. Contudo, poucos são aqueles que possuem essa oportunidade, que é vista como um luxo.

Maria Clara, de 22 anos, chegou a cursar Arquitetura, mas depois de algum tempo, descobriu que sua vocação é a Pedagogia

Outro caso é o de Maria Clara, que, na época dos seus 18 anos, viu-se numa encruzilhada quando foi prestar vestibular. “Comecei a pensar em qual carreira iria seguir desde muito nova, lá pelos 13, 14 anos. Sempre pensei em muitas coisas, sempre dentro da carreira artística. Mas, na hora da decisão, acabei desistindo desse ramo por  questões financeiras e por influência de outras pessoas”. Sendo assim, Maria Clara optou por ingressar no curso de Arquitetura.

Mas, como é comum entre os jovens que acabaram de entrar na universidade, Maria Clara fez apenas um período do curso e decidiu não continuar mais. “Logo no início, percebi que não era aquilo não era o que eu queria para mim. E não estava me fazendo feliz, não estava me reconhecendo naquele curso”. Hoje, aos 22, cursa Pedagogia e diz que, finalmente, se vê fazendo aquilo que gosta. Segundo ela, é complicado escolher tão cedo aquilo que vai te guiar durante a vida, mas, ainda segundo ela, passar pela Arquitetura e errar foi importante para sua formação. “Me ajudou a descobrir aquilo que eu queria. Fez parte da minha caminhada”, afirma.

Fernanda Andresa, coach, reconhece que momento de decidir a carreira a seguir não é muito simples

Dica da especialista 

Momentos de tomar decisões não são fáceis!

A dica é investir em autoconhecimento e conhecimento do mercado em que deseja atuar. Procurar profissionais e programas especializados em orientação vocacional, coach de carreira e terapia são boas escolhas para o autoconhecimento. Buscar profissionais da área em que se deseja atuar, conhecer o dia-a-dia do trabalho e as possibilidades de atuação também são algumas das opções para conhecer, de forma prática, o mercado de trabalho.

Então, primeiro, reserve um tempo para você! Sozinho ou com o apoio de programas e profissionais, reflita sobre as escolhas mais importantes que já fez e sobre os momentos mais marcantes que já viveu. O que você aprendeu com eles? Quais valores seus essas escolhas e momentos refletem?

Depois, pense no que você faria se tivesse todos os recursos disponíveis, como tempo e dinheiro. Como você gostaria de ser lembrando? Qual legado você quer deixar no mundo? Reserve esse tempo para sonhar grande!

E, tão importante quanto sonhar, é executar. Então, qual o primeiro passo que você pode dar para realizar esse sonho? Como você pode testá-lo? Quem pode te ajudar?

Não deixe a pressão externa ganhar 

Devemos nos lembrar sempre que nós somos os responsáveis pela nossa vida, pelas nossas escolhas e pela forma como reagimos ao que nos acontece. Podemos nos ver num barquinho à deriva como um coadjuvante ou (e tudo ganha mais cor e significado) nos vermos num barquinho com leme, sendo protagonistas das nossas realizações e sonhos.

A carreira não segue um plano linear, com ações e efeitos bem definidos sempre. Cada pessoa tem experiências diferentes, desafios e conquistas particulares. Por isso, é importante ter em mente que tudo é aprendizado, tanto quando conquistamos o que planejamos como quando não obtemos o resultado planejado.

Essas são algumas dicas para contribuir com o autoconhecimento e a melhor tomada de decisão de carreira para jovens e também para quem quiser viver uma vida com mais sentido e propósito!

Fernanda Andresa, coach.

Eliza Dinah

Jornalista e redatora do portal Bhaz

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!