Estupro, latrocínio e ocultação de cadáver: homem é indiciado por matar bióloga após carona

Reprodução/Facebook

A Polícia Civil confirmou ter concluído o inquérito que apurou as circunstâncias de morte da jovem Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, em Frutal, no Triângulo Mineiro. Ela foi morta depois de combinar uma carona com um casal por meio de um grupo no WhatsApp. Um homem de 33 anos foi apontado como o responsável por matá-la. Ele foi indiciado pelos crimes de latrocínio, ocultação de cadáver e estupro.

De acordo com o que contou o namorado de Kelly à polícia, a jovem, que morava em Guapiaçu, em São Paulo, fazia parte de um grupo de caronas no WhatsApp e teria combinado com um homem chamado João, uma viagem com ele e a namorada de São José do Rio Preto, em São Paulo, para Itapagipe, no Triângulo Mineiro, para o dia 1º de novembro.

Quando chegou ao local combinado para início da viagem, Kelly informou ao namorado que apenas um homem estava com ela no carro. Por volta das 19h, ela disse a ele que estava em um posto de gasolina em Nova Granada, São Paulo, abastecendo, e que iria retornar sentido Itapagipe, em Minas Gerais. Depois disso, o namorado perdeu o contato com ela, e procurou a Polícia Militar para registrar o desaparecimento.

Dinâmica das buscas

Diante dos fatos, foram acionadas as polícias das cidades do entorno da rodovia BR-153, entre Nova Granada e Frutal. No dia seguinte ao desaparecimento, 2 de novembro, por volta das 10h, a Polícia Militar em São José do Rio Preto localizou o carro de Kelly, um Volkswagen Fox preto, sem as rodas, em uma estrada que liga São José do Rio Preto a Mirassol, em São Paulo.

Homem de 33 anos confessou ter matado a bióloga (Reprodução/Facebook + Divulgação/Polícia Civil)

 

Foi verificado que o carro havia passado por um pedágio, na BR-153, em Fronteira, Minas Gerais, às 19h53, e que ela estava acompanhada de um homem. O veículo passou novamente pelo pedágio, sentido São José do Rio Preto, por volta das 21h, somente com um homem no carro.

Por volta de meio-dia, durante a realização das buscas, o namorado de Kelly, que acompanhava os procedimentos, localizou uma calça jeans, às margens da rodovia MG-255, próximo ao Km 24, entre Frutal e Itapagipe, que ele reconheceu como sendo da vítima. As buscas foram intensificadas na região, conhecida como Marimbondo, em Frutal.

Mais tarde, a Polícia Militar encontrou rastros de veículo próximos a uma cerca, que limita o acesso ao rio Marimbondo, e próximo a uma ponte. Também havia vestígios de que uma pessoa havia sido arrastada. Pelo caminho, foram encontrados pertences da vítima, como pulseiras, uma bolsa pequena e tíquetes de pedágio. O corpo de Kelly foi encontrado sem as calças, parcialmente submerso e com um pano sobre a cabeça, às margens do rio. A vítima estava com os punhos amarrados junto ao pescoço.

Prisões de suspeitos

Após a continuação das buscas, o autor do crime foi preso em flagrante. O delegado Bruno Giovannini, responsável pelo caso, conta que, logo de início, o suspeito não confessou o crime, dizendo que havia um mandante e que outra pessoa tinha participado.

“Quando eu estava encerrando o flagrante, ele resolveu contar a verdade, falou que foi ele sozinho e confessou o crime inteiro. A gente excluiu a participação de um mandante à medida que identificamos outras potenciais vítimas que ele teria entrado em contato, tentando marcar carona. Ou seja, a Kelly não era uma vítima certa, direta. Não tinha um mandante. Ela era uma pessoa dentre outras que ele tentou”, disse.

“A gente afastou a possibilidade de outro participante na hora da morte, porque consultamos as câmeras dos locais por onde ele passou, e, todo o tempo, na ida ele está com ela e na volta ele está sozinho. Então não havia tempo, nem meios de uma terceira pessoa comparecer e executar o crime junto”, conta.

De acordo com o laudo de necropsia, a causa da morte de Kelly foi asfixia por constrição cervical (estrangulamento). Durante as investigações realizadas pela Polícia Civil, houve indícios que comprovam o estupro, já que esse crime não é caracterizado somente com a conjunção carnal. Foi colhido material genético da vítima para a realização de um exame biológico, para constatação de material genético no corpo dela. O exame será feito pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Ela completaria 23 anos no próximo dia 7 de dezembro.

No dia 2 de novembro, outros dois homens foram presos suspeitos de envolvimento no caso. Eles teriam comprado peças do carro de Kelly. Um dos detidos tem 24 anos e o outro 34. A dupla foi presa em São José do Rio Preto, São Paulo.

Com Polícia Civil

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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