O comportamento dos agentes que atuaram na operação Esperança Equilibrista, que conduziu coercitivamente os reitores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramirez e Sandra Goulart Almeida, em Belo Horizonte, será investigado pela Corregedoria da Polícia Federal.
Os professores alegam que os agentes agiram com grosseria durante a ação, principalmente quando Jaime Arturo prestava depoimento. A operação investiga suposto desvio de recursos públicos para a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil e foi realizada em seis de dezembro.
De acordo com a PF, mais de R$ 19 milhões já teriam sido gastos na construção e em pesquisas de conteúdo para a exposição. No entanto, acrescenta a PF, até o momento apenas a obra referente a um dos prédios estaria sendo feita e, mesmo assim, estaria inacabada. Ainda segundo os investigadores, quase R$ 4 milhões teriam sido desviados por meio de fraudes em pagamentos feitos pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), que foi contratada para fazer os estudos de conteúdo e a produção de material para a exposição.
A ação da PF foi criticada por parte de deputados, instituições e professores, e se transformou em um dos assuntos mais comentados. A UFMG recebeu diversas notas em apoio aos reitores, bem como em repúdio à operação.
A Universidade recebeu mensagens da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), da Comissão da Verdade em Minas Gerais (Covemg), da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), da Unegro – Minas Gerais (União de Negras e Negros Pela Igualdade), do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), entre outras entidades representativas.