[Coluna do Orion] Oposição busca confundir para dizer que está viva na sucessão mineira

Cinco dias depois que o governador Fernando Pimentel (PT) tornou-se réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a oposição a ele voltou a acreditar, deixou o isolamento e se movimentou em várias direções para anunciar que está viva para a sucessão estadual. O primeiro movimento foi feito pelo pré-candidato a governador pelo PP, Dinis Pinheiro, que reuniu centenas de aliados em restaurante da capital, onde lançou o movimento ‘A Minas que começa agora’, que dará a base de eventual candidatura dele.

O concorrido evento foi prestigiado por lideranças políticas como o senador Antônio Anastasia (PSDB), o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), além de, segundo a assessoria, cerca de 260 prefeitos e centenas de lideranças municipais e estaduais, como deputados federais e estaduais dos partidos PP, PSDB, DEM, PPS, PDT, PTB, PR, Solidariedade e PRTB. Dinis não é o nome do grupo ainda, mas sua determinação pessoal em ser o candidato o levou a fazer o dever de casa, visitando inúmeros municípios ao interior.

Dois dias depois, Anastasia repetiu o mesmo discurso crítico ao que chamou de ‘desgoverno’ de Pimentel, descartando que será candidato e que ajudará a encontrar um nome de consenso de seu campo político. Reafirmou tudo isso ao lado do deputado federal Rodrigo Pacheco, que é do PMDB, mas é um dissidente da intenção de seu partido em reeditar a aliança com Pimentel. Anastasia chegou a dizer que Pacheco será um dos protagonistas da sucessão mineira.

Mais dois depois, foi a vez do ex-presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves admitir, durante entrevista à rádio Itatiaia, de BH, que poderá disputar a reeleição ao Senado ou até mesmo o Governo de Minas em 2019. Disse que tudo dependerá da avaliação de seu grupo político, mas, desde já, descartou candidatura a deputado federal, com o único objetivo de manter o foro privilegiado, o STF, onde poderá ser julgado por corrupção e lavagem de dinheiro.

O cenário da ausência de candidatos fortes ao Senado favorece a possibilidade de reeleição dele, apesar de ter ficado bastante desgastado, com alto índice de impopularidade, por conta das denúncias de corrupção e pelos nove inquéritos que responde no Supremo.

Tudo somado, a oposição está dizendo que tem quadros para os quatro cargos majoritários que serão disputados no ano que vem: governador, vice-governador e duas vagas de senador. Começa o jogo.

Pimentel reúne bancada do PMDB

Ainda nesta sexta (15), o governador Fernando Pimentel reuniu-se com a bancada estadual de seu principal aliado, o PMDB, durante almoço no Palácio das Mangabeiras, residência oficial. No encontro, Pimentel agradeceu o apoio que a bancada lhe tem dado na Assembleia Legislativa, onde tem sido mais fiel que a própria bancada do partido dele, o PT.

Ele pediu apoio continuado para o ano que vem, quando pretende se recandidatar a governador. A bancada reafirmou o apoio à reedição da aliança com o PT, até mesmo para facilitar a própria reeleição dos peemedebistas. Dos 13 deputados, nove estiveram presentes.

Como disse acima, Pimentel virou réu pela Corte Especial do STJ, no dia 6 passado, quando foi aceita a denúncia contra ele, no âmbito da Operação Acrônimo. A decisão foi unânime. Os 14 ministros do colegiado votaram pela admissibilidade da denúncia. No entanto, os magistrados decidiram que o governador poderá se manter no cargo enquanto responder ao processo. Essa é uma das 3 denúncias contra Pimentel, no âmbito da Acrônimo que apura irregularidades na campanha eleitoral do petista, em 2014.

Na avaliação de aliados, apesar do desgaste do processo, o governador não será afastado nem será julgado nos próximos anos. Segundo esses aliados, a oposição teria gastado todos os cartuchos contra o governador e que teria sobrado apenas “firulas jurídicas”.

No campo político, Pimentel tem conseguido alguns resultados, como neutralizar a intenção do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), de lançar um candidato a governador. No campo administrativo, mantém o desafio de ajustar as contas públicas, pagar o salário dos servidores em parcela única e regularizar os repasses aos municípios.

(*) Jornalista político; leia mais no blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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