Na última semana, o fotógrafo Lucas Landau recorreu ao Facebook para contar ter localizado o garoto clicado por ele durante o Réveillon de Copacabana, na virada do ano. A foto em questão viralizou e causou polêmica. Ele disse, no entanto, que preferia manter o encontro que teve com o menino e a família dele em privado, o que foi um acordo entre as partes. Nessa quarta (10), o El País divulgou uma matéria em que conta a história por trás do clique.
Segundo a publicação, o garoto não estava sozinho no momento da queima de fogos. Ele tem 8 anos e foi à praia acompanhado pela mãe, uma vendedora ambulante que queria comercializar chaveiros no local. Ao todo, percorreram 17 km até lá. E os dois moram em um prédio ocupado e dominado pelo tráfico em uma favela. A família, sem pai, é formada por mais três irmãos.
A mãe do menino tem 35 anos e não possui celular. Ela ficou sabendo da repercussão relacionada ao clique por meio de uma vizinha e assustou-se. A mulher não sabe ler, escrever, e nem assinar o próprio nome. Ela chegou a ir até uma delegacia de Repressão contra Crimes de Informática para prestar queixa. Acreditava que a foto do filho era vendida sem o consentimento dela, o que fotógrafo negou – embora tenha repassado o próprio e-mail para fazer orçamentos.
A polícia não identificou nenhum crime relacionado ao caso e por isso nenhuma investigação ocorreu. Assim, a denúncia feita pela mulher se resumiu a apenas um registro. A reportagem de El País tentou entrevistar a mãe do garoto, mas ela preferiu não falar para protegê-lo.