No Baianeiros, a quase tragédia que ficou por um fio

A elevação da fiação (e); e o quase estrangulamento (d)

Uma quase tragédia marcou o desfile do bloco Os Baianeiros, na tarde deste domingo (11), no bairro Castelo, região da Pampulha, em Belo Horizonte. No momento em que o trio elétrico passava pela rua Romualdo Lopes Cançado, local da concentração, foi preciso que as pessoas que estavam no trio se abaixassem para não serem atingidas pela fiação.

Como se não bastasse esse susto, dois homens tiveram que levantar os fios para que a passagem do trio não ficasse impedida. Em um dos momentos mais tensos, um homem escorrega em uma escada com a qual pretendia alcançar a parte mais alta do trio e acaba ficando prensado entre dois fios, tendo sido preciso que outras quatro pessoas o socorressem para que não fosse estrangulado. Ele não sofreu ferimentos e passa bem.

O Bhaz conversou com organizadores do bloco Os Baianeiros e foi informado que a prática de suspender os fios para a passagem do trio ocorreu também no Carnaval do ano passado. Este ano, técnicos vindos de Salvador foram contratados especialmente para a fazer a elevação dos fios.

De acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o manuseio incorreto da fiação pode causar choque elétrico, além do poste correr o risco de ser derrubado, caso a fiação se enrosque no caminhão, pois “tanto o ramal quanto o cabo utilizam a mesma estrutura”, afirmou a Cemig.

A ação dos técnicos vindos de Salvador foi repudiada pela Cemig. Segundo a empresa, eles não poderiam amarrar o ramal de ligação aos cabos da rede telefônica.

A assessora do bloco, Karina Vianello, afirmou que os técnicos contratados possuem experiência no trabalho de elevação da fiação e que o que ocorreu não passou de um susto. Sobre a queda do funcionário, ela afirmou que o fato ocorreu por um “erro de logística”, conforme definiu. “Foi um milímetro de erro”, disse.

Ainda sobre o trabalho dos técnicos contratados pelos organizadores do bloco, a Cemig informou que também não aconselha a prática da suspensão de fios de energia apenas com o uso de luvas, apesar desse equipamento ser utilizado com frequência para este fim.

Já o Corpo de Bombeiros, ao ser contactado pelo Bhaz, informou que a Corporação não é responsável pelo trajeto do trio, estando incumbida de avaliar somente a altura do guarda corpo do caminhão; se os extintores estão em pleno funcionamento; se o número de pessoas que irão ficar em cima do trio será compatível com a sua capacidade de carga; se o veículo passará perto de algum asilo ou hospital; e se as alternativas de evacuação são satisfatórias caso aconteça algum acidente.

A BHTrans também foi procurada pelo Bhaz, mas alegou que não é de responsabilidade da empresa avaliar o possível comprometimento do trajeto por fios de eletricidade. De acordo com a BHTrans, a análise dos obstáculos que estiverem no percurso é de responsabilidade dos blocos que, para isso, possuem equipes de segurança.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!