Mais uma viagem de ônibus sem freio é interrompida na RMBH; empresa é a mesma de acidente no Barreiro

Ônibus da Transoeste teve viagem interrompida quando constatada falta de freio

Um vídeo que circula pela web mostra que um ônibus da viação Transoeste teve uma de suas viagens interrompidas após o veículo apresentar problemas no sistema de freio.

A empresa é a mesma responsável pelo coletivo que se acidentou na última terça-feira (13) e matou cinco pessoas, deixando sete ainda internadas, sendo três em estado grave. O ônibus da linha 305, que fazia o trajeto Estação Diamante/Mangueiras, caiu em um córrego, já no bairro Mangueiras, na região do Barreiro. Testemunhas e sobreviventes contaram que o acidente pode ter sido causado por falta de freios, já que o motorista avisou aos passageiros sobre a falha na frenagem antes de se acidentar.

Desta vez, o coletivo que aparece na filmagem é de linha 311, que faz o trajeto Estação Diamante/Independência. Segundo o usuário que faz a denúncia, o ônibus iria descer um morro no momento em que foi parado para evitar um acidente. O caso aconteceu na tarde deste domingo (18), por volta das 13h30, na avenida Minas Gerais, em Ibirité. Confira o vídeo:

 

Segundo a mulher que compartilhou o vídeo no Facebook, Junia Teodoro, quem estava no coletivo era seu sogro. Segundo ela, ele pediu que outro rapaz gravasse o vídeo relatando o que aconteceu. “Ele chegou à minha casa revoltado com a situação, pois, dia desses ocorreu um acidente gravíssimo por conta desse mesmo problema”, conta.

BHTrans confirma problema

Consultada, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A (BHTrans), responsável pelo trânsito da capital, confirmou que o coletivo número 2.269, da linha 311, teve um problema de funcionamento, conforme mostrado na imagem. Entretanto, o órgão não soube precisar qual era o mau funcionamento. Em nota, a BHTrans informou que “assim que foi constatado um problema com veículo, a empresa foi convocada a trazer o veículo para a vistoria, que já está sendo feita”.

Confira a íntegra da nota da BHTrans:

A BHTrans realiza um rigoroso acompanhamento da qualidade do serviço prestado no transporte coletivo na capital, seja convencional ou suplementar. As vistorias são rotineiras e obrigatórias para checagens de itens de segurança, como sistemas de freios, de suspensão, parte mecânica e outros itens como chassi e equipamentos de identificação dos veículos e atinge, além do transporte coletivo por ônibus (convencional e suplementar), o serviço escolar e táxi. Apenas com todos os itens em acordo com as normas de segurança é emitida a Autorização de Tráfego, para que o veículo possa prestar o serviço à população.

Além das checagens programadas, a empresa realiza, de forma aleatória, vistorias eventuais nas garagens e nos pontos finais das empresas de ônibus. Conforme contrato assinado desde 2009, com as concessionárias do transporte coletivo convencional, a periodicidade das rotinas varia de acordo com a idade do veículo.  Após a primeira avaliação, assim que o veículo ingressa no sistema, as vistorias seguem a seguinte programação: segunda vistoria é realizada quando o veículo completa 2 anos. Ônibus com 3 a 6 anos de fabricação são vistoriados anualmente e os veículos com 6 a 10 dez anos de fabricação são avaliados a cada semestre. Quando o veículo completa sua vida útil (10 anos de fabricação para veículos convencionais, 12 anos para articulados e 7 anos para mini ônibus), é retirado do sistema. Belo Horizonte tem uma frota de ônibus considerada nova, com veículos com menos de 5 anos de fabricação.

Além das vistorias, as reclamações que chegam à empresa, através do canal direto de relacionamento com o usuário, servem como balizadores das ações de fiscalização, por meio da central de atendimento da PBH, no telefone 156, ou no portal da BHtrans, www.bhtrans.pbh.gov.br

A fiscalização é realizada por meio dos Agentes de Transportes e Trânsito da BHTrans, com presença tanto nas ruas quanto nas garagens. Ao confirmar irregularidades, aplica as devidas penalidades às concessionárias, conforme estabelecido nos contratos de concessão do transporte coletivo.

É importante destacar que cabe as empresas operadoras, por meio de suas garagens, fazer trabalhos de manutenção preventiva e corretiva em seus veículos conforme critérios recomendados pelas fabricantes.

Empresa se nega a falar

Após receber o vídeo com a denúncia, o Bhaz entrou em contato com a Transoeste, empresa responsável pela linha de ônibus denunciada no vídeo, para esclarecer as denúncias.

O primeiro contato foi por volta das 13h30, quando solicitamos um posicionamento da empresa. No mesmo horário também foi solicitada uma resposta da BHTrans e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH).

Por volta das 15h30, o Bhaz retornou o contato para saber sobre o andamento da demanda enviada. Ainda sem retorno, às 17h30 foi feita nova tentativa de obtenção de uma posição da empresa.

Por telefone, uma funcionária da Transoeste informou que a pessoa responsável por encaminhar uma resposta havia ido embora, pois “tinha outros compromissos”. Questionada sobre uma resposta à população sobre o fato, a funcionária informou que nada poderia fazer e que não era uma obrigação atender à demanda do Bhaz.

Setra-BH também fica sem resposta

O Bhaz contatou também o Setra-BH e, via assessoria, informou que o sindicato também estava encontrando dificuldades para obter um retorno da empresa. Sendo assim, era impossível para o Sindicato se posicionar sobre o assunto sem entender o que havia acontecido, já que é uma responsabilidade da empresa registrar os defeitos nos coletivos.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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