Prefeitura de BH muda material escolar e professora desabafa: ‘Além de inadequado, está incompleto’

Reprodução/Facebook + Brasil 247

O ano letivo mal começou e os problemas já apareceram. O kit de material distribuído para as escolas municipais mudou do ano passado para este ano. Os professores e alunos sentiram falta de vários itens. A professora Simone Carvalho fez uma postagem no Facebook relatando o ocorrido e ganhou apoio de diversos pais e educadores.

“As crianças recebiam um kit escolar que vinha em uma caixa individual para cada aluno. Além desta caixa os alunos recebiam uma mochila e um estojo. A caixa continha uma agenda, cadernos pautados e sem pauta, caderno de artes, giz de cera, lápis de cor, canetinha, lápis, borracha, canetas, réguas, apontador, cola, tesoura, calendário escolar. Além disso no kit vinha três livros de literatura infanto juvenil”, comenta Simone Carvalho.

Reprodução/Facebook

De acordo com a professora, este ano as escolas receberam fardos de materiais e uma “ecobag” para colocar os materiais. “O material, além de inadequado, está incompleto. O embornal substitui a mochila? Onde estão os livros de literatura? Onde está a agenda do estudante? Onde estão os materiais diversos – uma cola minúscula de 30 gramas dará para o ano todo?”, indaga a professora.

Simone reforça que há um impacto no trabalho pedagógico, pois os alunos não estariam com material suficiente para o ano letivo. “Esse é o carinho do Kalil para com a educação de Belo Horizonte. Não há nem caderno suficiente para todas as disciplinas e a escola colocou os faxineiros e demais servidores para organizar os kits”, relata a educadora.

A professora ainda reforça que no material não é possível saber quem é o fornecedor do embornal, pois é um produto sem etiqueta ou CNPJ. “Isso, segundo consta é ilegal. Produto para crianças quando vendido deve ter etiqueta com fabricante”, completa Simone.

Prefeitura se posiciona

A Prefeitura de Belo Horizonte se posicionou por meio de nota ao Bhaz e esclarece que a mudança feita nos kits está somente na distribuição, que agora é desmembrada. Em relação aos livros, a assessoria do órgão informou que “a escolha dos títulos que as escolas receberão foi definida com a participação de alunos e professores de cada unidade escolar e eles serão entregues posteriormente para desenvolvimento das iniciativas pedagógicas”. Em relação às mochilas, a Prefeitura explica que não estão mais presentes nos kits desde 2016.

Veja a nota na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte informa que os estudantes continuam recebendo os kits Escolares. Este ano, com o objetivo de dimensionar melhor a quantidade de material nos kits, a Secretaria mudou a forma de distribuição dos mesmos. Antes as caixas chegavam fechadas às escolas com os kits já prontos e eram entregues aos estudantes. Agora, as escolas recebem os itens dos próprios fornecedores, montam os kits e os entregam aos alunos, envolvendo a comunidade escolar.

Alguns itens serão disponibilizados de forma fracionada durante o ano, como por exemplo, a cola. Esta reposição ficará sob gestão da escola, uma vez que a compra foi planejada para atender à demanda anual.

Os kits são formados por agenda, estojo, caderno com pauta, caderno sem pauta, giz de cera, apontador, borracha, lápis, lápis de cor, caneta, cola, entre outros e sua composição é resultado de decisão das próprias diretorias pedagógicas. Os itens e a quantidade de cada um estão relacionados com a faixa etária/etapa da educação básica em que o aluno está matriculado.

A chamada Ecobag não substitui a mochila. Ela substitui a caixa de papelão, diminuindo o volume de lixo gerado e possibilita, de forma sustentável, a reutilização da sacola. A mochila já não faz parte do kit escolar desde 2016.

Com relação aos livros de literatura, a Secretaria Municipal de Educação informa que o kit literário foi desmembrado do kit escolar neste ano. A escolha dos títulos que as escolas receberão foi definida com a participação de alunos e professores de cada unidade escolar e eles serão entregues posteriormente para desenvolvimento das iniciativas pedagógicas.

Sobre o questionamento recebido pelo Portal de que o kit estaria incompleto, é necessário que a Secretaria Municipal de Educação saiba o nome da escola para apurar se ela já recebeu dos fornecedores todos os itens do kit escolar de todas as faixas etárias que atende”.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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