Pesquisador descobre nova espécie de libélula em Minas Gerais

Um pesquisador descobriu uma nova espécie de libélula na Área de Proteção Ambiental (APA) da Cachoeira das Andorinhas, na cidade de Ouro Preto, na Região Central do Estado. A APA é administrada pelo Governo de Minas por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF).

A nova espécie foi batizada de Hetaragrion Cauei. Ela foi encontrada pelo monitor do Parque Estadual do Itacolomi, Walter Francisco de Ávila Júnior, durante pesquisa de campo para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da graduação em biologia, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

A pesquisa teve início em 2015, com o objetivo de realizar um inventário das espécies de libélulas da região do Rio das Velhas, um dos principais afluentes do Rio São Francisco em Minas Gerais. “Coletei 42 espécies e, quando fui fazer a identificação do gênero, vi que as características morfológicas de uma delas não batiam com nenhuma já identificada”, afirma.

Walter então resolveu entrar em contato com o biólogo Frederico Lencioni, um dos maiores especialistas em libélulas no Brasil, para ter certeza de sua descoberta. “Enviei para ele algumas fotos e ele me disse que, pela análise das imagens, tudo levava a crer que realmente se tratava de uma nova espécie, mas pediu que eu enviasse o inseto para que pudesse ter certeza. Após analisar o material, ele concluiu que era realmente uma nova espécie”, relata.

A confirmação da descoberta para a comunidade científica internacional veio após a publicação do artigo que descrevia o inseto na prestigiada revista alemã Odonatologica, especializada em Libélulas. O texto foi assinado por Walter, por seu orientador, professor Marco Antônio Carneiro e pelo biólogo Frederico Lencioni. A publicação ocorreu em dezembro de 2017.

Libélula

O futuro biólogo explica que as libélulas atuam como bioindicador de qualidade ambiental. “O ovo desse inseto só eclode se ele estiver depositado em água limpa, ou seja, libélulas não habitam locais com água poluída”, acrescentou. A nova espécie recebeu o nome em homenagem ao filho de Walter, de apenas um ano de idade.

As libélulas possuem corpo fusiforme, com o abdômen muito alongado, olhos proeminentes e dois pares de asas semitransparentes. São consideradas predadoras vorazes, de apetite interminável. Na fase larval, se alimentam de microcrustáceos, filhotes de peixes e outras larvas. Já na fase adulta, comem basicamente outros insetos. Elas não possuem capacidade de picar.

Assim como as moscas, são dotadas de visão altamente apurada. Seus olhos chegam a ter 30 mil facetas, o que permite a elas ter visão de 360º do ambiente, fato que ajuda na caça. A fase de vida aquática das libélulas pode durar até cinco anos, dependendo da espécie. Fora da água, algumas libélulas têm somente cerca de dois meses de vida. Embora, estima-se que existam mais de 1,2 mil espécies no Brasil e cinco mil no mundo, algumas estão ameaçadas de extinção.

Da redação Bhaz com Ascom Meio Ambiente

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