Vereadores trocam farpas e discutem na Câmara; CPI da BHTrans recua

O clima continuou tenso no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) na tarde desta quarta-feira (14). Em meio às polêmicas sobre as “barganhas”em troca de poder na casa legislativa, denunciadas pelo vereador Gabriel Azevedo (PHS) na última sexta-feira, o assunto voltou à pauta hoje.

Gabriel denunciou a suposta troca do apoio de Jair Di Gregório (PP) à Prefeitura pela escalação de seu filho para compor a equipe de futebol de base do Atlético Mineiro, que já foi presidido pelo atual prefeito, Alexandre Kalil (PHS).

Tudo parecia começar bem com o minuto de silêncio dedicado a morte do ex-jogador, treinador de voleibol e dirigente do Atlético-MG, Bebeto de Freitas. Entretanto, segundos após a dedicatória, o vereador Léo Burguês Léo Burguês de Castro (PSL) começou seu discurso afiado.

“Essa Câmara é a única do Brasil com base governamental formada sem troca de cargos. Aí vem esse vereador (Gabriel) dizer que nós somos vendidos? Eu quero que ele explique as denúncias sobre o ‘instituto da fraude’. Mas, até o momento, ele só fez cortina de fumaça e ainda não explicou as denúncias. Pelo contrário, gravou uma conversa com um secretário e expôs, mostrando que não tem caráter. Ele não tem um projeto aprovado nessa casa e vive de polêmica”, disse.

Em conversa com o Bhaz, o vereador Gabriel Azevedo disse que não irá comentar o discurso de Burguês, pois, segundo ele, trata-se de ataques de quem sabe que está perdendo. “Minha parte eu fiz, que foi ir ao Ministério Público pedir que me investiguem, agora é aguardar”, disse.

Alguns dos integrantes da base de apoio de Kalil anunciaram que irão denunciar formalmente Azevedo por quebra de decoro e processá-lo na Justiça por calúnia e difamação.

O ‘bota e tira’ da CPI

Outro tema bastante discutido na casa foram as assinaturas para abertura da CPI da caixa-preta da BHTrans, proposta por Azevedo. Em postagem recente no Facebook, ele afirmou contar com 12 assinaturas no documento. O vereador Fernando Borja (Avante) disse que não queria ser usado ou estar na linha de tiro e, portanto, retirou o apoio a CPI durante seu discurso na Câmara na tarde de hoje.

Troca de farpas

Outra confusão referente ao tema foi entre os vereadores Wendel Mesquita e Álvaro Damião, ambos do PSB. Primeiro, Wendel acusou Damião, líder do seu partido, de fazer pressão para que ele retirasse sua assinatura do documento que requer a abertura da CPI.

“Líder partidário não vai me demover do que acredito. Eu assinei a CPI porque eu concordo que tem que acontecer. Mas, o líder do meu partido, Álvaro Damião tem me pressionado para que eu tire a assinatura. O senhor está como líder da bancada, pois fez um acordo, mas não deveria ser mais. Mas, digo aqui que não irei retirar e não irei ceder nenhuma imposição”, afirmou.

Logo após, Damião respondeu. “Sou líder de governo não porque fiz acordo, mas, sim, porque o Kalil prometeu honrar o compromisso de fazer o governo que ele prometeu. Eu nunca aceitei ser apoio de governo para pressionar ninguém. Meu compromisso é com a cidade de Belo Horizonte”, disse.

Em seguida, o vereador pediu o tempo de liderança de partido para continuar sua fala e aproveitou para alfinetar o colega. “Ainda sou líder viu, Wendel Mesquita”, disse.

“Qual o compromisso dessa CPI com a cidade de BH? Nenhum, trata-se de um marketing. Essa CPI está sendo usada para atacar pessoas e não para resolver o problema. O senhor tem que me respeitar, Wendel Mesquita. Eu estou vereador, mas sou jornalista. Acordo às 5h da manhã e vou dormir à 1h da madrugada, por conta do meu trabalho. O senhor precisa saber o que é ser trabalhador e não viver às custas de política”, retrucou.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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