Trabalhadores escravos são descobertos em comunidade evangélica na RMBH

Polícia investiga crescimento do patrimônio dos pastores

O Ministério do Trabalho divulgou, na tarde desta quinta-feira (15), que foram encontrados 565 trabalhadores em situação de trabalho análogo ao de escravos, 438 não possuíam carteira de trabalho e 32 menores de idade em regimes proibidos em fazendas de Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

O governo iniciou a operação “Canaã – A Colheita Final”, na qual encontrou os trabalhadores que prestavam serviço a uma seita religiosa conhecida como “Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca”.

De acordo com o órgão, tudo indica que os trabalhadores foram aliciados por pastores da seita religiosa, em São Paulo, e obrigados a doar todos os bens materiais para locais controlados pela organização. Com isso, foram convencidos a mudar para uma comunidade na qual todos os bens seriam compartilhados.

O ministério ainda explica que, logo ao entrar na seita, as pessoas eram conduzidas à zonas rurais e urbanas em Minas Gerais (Andrelândia, Betim, Caxambu, Contagem, Madre de Deus, Minduri, São Vicente de Minas, Poços de Caldas e Pouso Alegre), na Bahia (Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra) e em São Paulo (SP). As pessoas eram forçadas a trabalhar em lavouras e em estabelecimentos comerciais, tais como oficinas, postos de gasolina, lojas, pastelarias, restaurantes, aviamentos e confecções, sempre liderados pelo alto escalão da seita.

Em nota divulgada, o o coordenador da ação, Marcelo Campos afirmou que: “Vamos entregar os autos e exigir a imediata retirada pelos empregadores dos trabalhadores flagrados em trabalho análogo ao de escravo”.

O crescimento patrimonial dos líderes da seita e um “grande aumento” do número de fiéis foram fatores determinantes na investigação do caso. “Nessa fase, autuamos as empresas do grupo criadas pela seita a pagar os direitos trabalhistas retroativamente, desde a data em que os trabalhadores começaram a prestar os serviços, e vamos disponibilizar a todos aqueles encontrados em situação de trabalho escravo as guias para acesso ao seguro-desemprego”, comenta Marcelo Campos em nota.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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