Médica desiste de morte assistida na Suíça e vai doar o corpo: ‘para que todo mundo tenha vida’

Reprodução/Facebook

A oftalmologista Letícia Franco, de 36 anos, não vai mais se submeter à morte assistida – procedimento em que um paciente, geralmente com doença terminal, escolhe colocar fim à própria vida. Moradora de Cuiabá, no Mato Grosso, ela virou notícia no mundo todo ao anunciar, por meio do Facebook, que havia decidido morrer. A médica é portadora de uma síndrome rara autoimune chamada de Asia.

“Em 16 dias estarei longe, na Suíça, fazendo o que me deixará livre da dor e do medo. Acho que amanhã ou depois desligo esse Facebook. A toda minha família deixo meu mais sincero amor”, escreveu Letícia no Facebook ainda em fevereiro. Agora, ela resolveu que vai permitir que um especialista israelense, Yehuda Shoenfeld, a estude para coletar novas informações a respeito da doença. As informações são do portal O Livre.

À publicação, Letícia disse que a mudança de posicionamento tem como objetivo ajudar outras pessoas com a mesma doença. Ela ficou internada com fortes dores em Cuiabá durante 12 dias e conversou com a reportagem ao voltar para casa. “A ideia da eutanásia surgiu pelo medo, pela dor constante e por ninguém acreditar em mim. Eu conversei com meus familiares, no primeiro instante eles aceitaram, ‘não vamos deixar nossa filha sofrer como está sofrendo’”, disse.

Segundo O Livre, a oftalmologista chegou a ser internada 34 vezes, desde que descobriu a doença, e até precisou cancelar o próprio casamento. “Eu parei numa UTI. Eu ia me casar, estava noiva e faltavam apenas três meses para me casar. Acabou o casamento, acabou tudo, porque eu estava na UTI. Quebrei a perna, fiquei toda quebrada, toda inchada, ninguém sabia o que eu tinha. Parecia um monstro de tão feia que a gente fica, entubada, no ventilador”, explicou.

Letícia contou ainda que sempre foi uma pessoa de doação e que quer fazer o mesmo agora. “Tudo que eu fiz na minha vida foi doação para o próximo e eu acho que não há nada mais bonito do que eu me doar, então, para que todo mundo tenha vida”, finalizou.

A morte assistida é proibida no Brasil, mas permitida na Suíça, Alemanha, Bélgica e Holanda. Alguns Estados do Canadá e dos EUA também realizam o procedimento. Uma reportagem exibida pelo Domingo Espetacular, da RecordTV, ainda no ano passado explica a diferença entre a morte assistida e a Eutanásia. O caso exibido fala sobre Brittany Maynard, que tinha câncer terminal.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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