Após a reforma da grade curricular no ensino médio, o Governo Temer estuda medida para que 40% da carga horária de estudantes do ensino médio seja realizada à distância. Caso aprovada, a medida fará com que os alunos tenham de duas a três aulas por semana fora da escola. As informações foram divulgadas pelo jornal “Folha de São Paulo” nesta terça-feira (20).
Esta mudança está prevista em resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. O texto já esteve em uma primeira discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). Definidas as diretrizes, ficaria a cargo das escolas das redes públicas e privadas regulamentar o formato e as ferramentas utilizadas no ensino dos jovens.
Ainda sem terem sido implementadas, as propostas para o Novo Ensino Médio já causam polêmicas. Alguns críticos afirmam que a proposta irá trazer sérios prejuízos para a educação na rede pública do Brasil, que detém cerca de 88% das matrículas. Segundo eles, o aval destinado à carga horária à distancia abrirá margem para a falta de professores e a assistência escolar.
Situação precária
O Brasil apresenta um déficit de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos que já abandonaram os estudos. São ao todo 6,9 milhões de matrículas no ensino médio público. Ainda de acordo com a lei de reforma, 60% da carga horário precisa contemplar conteúdos comuns, adequados à Base Nacional Comum Curricular, já os 40% podem ser escolhidos pelos alunos. Ao todo, são cinco opções de matérias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.