Morte de produtor cultural Miranda causa comoção no meio artístico

Miranda se destacou ao lançar vários grupos musicais no país

O produtor musical Carlos Eduardo Miranda, de 56 anos, morreu nesta madrugada de um mau súbito, um dia depois de fazer aniversário. Ele estava em casa com a família, em São Paulo. O corpo está sendo velado em São Paulo, na sala Roma do funeral Home,  na rua São Carlos do Pinhal, 376. Desde o anúncio da morte, a comoção tomou conta das redes sociais. Um dos termômetros foi o microblog Twitter, onde sua morte ocupou o primeiro lugar nos tópicos por mais de sete horas.

Em meio a toda comoção, um dos primeiros a comentar a morte de Miranda foi o grupo mineiro Skank, lançado por ele. Além da banda de Minas, ele foi responsável pela projeção de outros como O Rappa, Skank, Raimundos, Mundo Livre S/A, Virgulóides, Cordel do Fogo Encantado, Cansei de Ser Sexy e Móveis Coloniais de Acaju.

Nas redes sociais a banda afirmou:  “O grande Carlos Eduardo Miranda foi uma figura seminal na nossa história. Foi ele quem chamou a atenção da imprensa do eixo Rio-SP sobre um quarteto que vinha de Minas Gerais e misturava reggae, pop, ska. Foi a chave que abriu a porta pro que viria depois.”  O grupo é composto por Samuel Rosa, Henrique Portugal, Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti.

Miranda, que foi percursionista e compositor, chamou a atenção ainda nos idos dos anos 80 com o rock alternativa, ainda no Rio Grande do Sul. Ele era natural de Porto Alegre. Integrou dois grupos musicais, como Taranatiriça, Atahualpa Y Us Panquis e Urubu Rei. Ele também foi um crítico ácido e trabalhou na extinta revista Bizz.

Mas, fama nacional, Miranda ganhou ao participar de realities de talentos como Ídolos (2006-2007), Astros (2008-2012)Qual é o Seu Talento? (2009-2012) e Esse Artista Sou Eu (2014), como jurado. E seguiu gerando polêmica. Em 2015, em entrevista ao Ligado à Música, disse que o rock nacional estava em uma péssima fase. “O rock está uma bosta e só tem um monte de roqueirinho que só quer ser da Globo. Rock de verdade está aí tudo pervertendo pelos cantos. Mas no final, tudo é rock né, véio? O hip hop é rock, rap é rock, tudo é rock hoje, porque sei lá, esse negócio de rock, papo de véio do caraio (risos)”, desafiou.

Além do Skank, os Raimundos também fizeram um agradecimento ao agitador cultural:  “Acabamos de saber da passagem de um grande cara. Esse aí da foto, cercado por discos, foi responsável por algumas das coisas mais legais que já aconteceram na música brasileira contemporânea. Carlos Eduardo Miranda era, antes de tudo, um amante da arte. Jornalista, músico, produtor e mais do que tudo, um grande agitador cultural com uma grande importância na nossa carreira e de tantas outras bandas da nossa geração”, escreveram.

Gabi Amarantos, que também foi lançada por ele escreveu: “A gente se falou ontem, foi aniversário do Miranda e esse cara me ensinou muito sobre ser artista. Ele sempre acreditou na música do Pará. Eu vou lembrar do seu coração amoroso, do seu lado manteiga derretida e do paizão nosso que ele sempre será. A vida é um sopro, por isso aproveitem as amizades verdadeiras e o Mi era assim, um amigo gigante. Vá em paz!”

 

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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