O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) estão hoje na mesma cidade – Curitiba –, onde, no final desta quarta, participam de atos públicos. Lula está em Curitiba para o ato de enceramento de sua caravana pela região Sul do País. O ato será na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, às 17h.
Bolsonaro chegou a Curitiba por volta de 12h e, no próprio aeroporto Afonso Pena, participou de encontro com simpatizantes e, em seguida, de carreata organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL). No final da tarde, o MBL promove, desta vez sem a presença dele, ato em protesto contra a presença da Lula na cidade.
Lula e Bolsonaro não deverão se encontrar e nem têm planos de passar pelos mesmos locais. Por isso, a Polícia Militar (PM) deve fazer apenas um reforço no policiamento e vai monitorar as atividades de grupos de manifestantes.
Em discurso no aeroporto, Bolsonaro ironizou os tiros recebidos pela caravana de Lula. “O Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora esse crápula colhe ovos pelo Brasil todo”, disse Bolsonaro, em referência aos ataques sofridos pela caravana do ex-presidente. “Agora eles vão ver a direita. E podem ter certeza, vão levar um cruzado da direita em outubro”.
No discurso, Bolsonaro defendeu que a Polícia Militar “atire para matar” em defesa do povo. “Podem ter certeza, os nossos homens de segurança, quando cumprirem uma missão, serão condecorados e não mais processados. Eu quero uma Polícia Militar que, em defesa do povo, atire para matar”, disse. “E para o povo brasileiro nós queremos também o direito à legítima defesa. Sem história de desarmar vocês e deixar os vagabundos soltos muito bem armados por aí.”
“O que estamos vendo não é política”, disse Lula
Em seu perfil no Facebook, Lula disse que “não é homem de correr da briga” e que os tiros disparados contra sua caravana não o intimidam. Na terça-feira (27), atiradores alvejaram dois dos três ônibus do comboio do petista na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. Ninguém ficou ferido.
“O que estamos vendo agora não é política. Porque, se quisessem derrotar o PT, seria muito fácil. Lança candidato, vão para a urna, quem ganhar toma posse e quem perder vai chorar, como eu chorei quando perdi as eleições em 1989, 1994 e 1998”, declarou Lula em vídeo no seu Facebook.
Por temer novos ataques, Lula decidiu cancelar sua passagem por Guarapuava (PR) na manhã desta quarta-feira. Seria a última parada da caravana, informou o diretório municipal do PT de Guarapuava.
O presidente do partido na cidade, Antenor Gomes de Lima, divulgou um comunicado nas redes sociais afirmando que o cancelamento foi decidido por medo de novos ataques à caravana e para preservar a segurança de Lula. O petista, contudo, manteve a agenda prevista para Curitiba, às 17h, onde encerra sua caravana pela região.
