Após a infestação de formigas na Maternidade Odete Valadares, divulgada pelo Bhaz há três semanas, nesta terça-feira (17) representantes da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais em Minas Gerais (Asthemg) apresentaram à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Minas Gerais documento que mostra que o hospital sabia do problema e negligenciou a busca de solução. O pedido é para que a comissão faça uma inspeção para garantir a proteção dos bebês.
Segundo a denúncia, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que é gestora da maternidade, tratou o problema como pontual, sendo que, segundo a entidade, a situação perdura desde novembro do ano passado. Além disso, a Asthemg denunciou que a maternidade está sob risco de contaminação pela superbactéria KPC.
Na época da denúncia em relação às formigas, a coordenadora do Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) neonatal da Maternidade Odete Valadares, localizada na região Oeste de Belo Horizonte, foi suspensa das atividades.
Além do afastamento da coordenadora, uma sindicância foi aberta para apurar a segurança e integridade física do bebê e o aparecimento de formigas na unidade neonatal. Além disso, a rotina de limpeza do local foi reforçada. Entretanto, não houve a garantia de que as formigas foram eliminadas.
Fhemig rebate acusações
A Fhemig se posicionou em relação ao documento entregue à comissão nesta terça. Segundo a fundação, a direção da Maternidade Odete Valadares está monitorando e atuando efetivamente no combate às formigas. De acordo com a Fhemig, a cada duas horas, uma equipe formada por servidores e pelos funcionários da empresa terceirizada de limpeza faz vistorias no CTI Neonatal, no CTI Adulto e no Banco de Leite.
Ainda segundo a Fhemig, esse monitoramento é reportado à empresa de dedetização para o melhor controle possível do problema. O contrato de dedetização prevê a aplicação de gel a cada 15 dias e dedetizações externas, de acordo com a orientação geral da bióloga da empresa contratada para controlar o problema. As desinfecções e rodízios de leitos são feitas de acordo, de acordo com a Fhemig, segundo com as normas de segurança dos pacientes.
Além disso, a gestora da maternidade alega que o problema de infestação de formigas está sendo combatido desde a primeira incidência e é preciso ser monitorado.
Em relação à incidência da bactéria KPC, a Fhemig disse que a denúncia não pode ser comprovada, pois o estudo está em andamento na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e não existem registros até o momento.