[Coluna do Orion] Pimentel aceita tirar Dilma ‘do Senado’ para manter aliança com MDB

Manutenção da aliança entre Pimentel e Adalclever depende de Dilma

Desde que a ex-presidente Dilma transferiu, no dia 6 de abril, seu título eleitoral para Minas, onde poderá disputar uma das duas vagas ao Senado, que a aliança de reeleição do governador Fernando Pimentel (PT) com o MDB ficou estremecida. De lá para cá, o principal fiador da reedição da coligação, vitoriosa em 2014, o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, sentiu-se traído e passou a defender candidatura própria do MDB a governador. O partido não tem potencial de, sozinho, sustentar uma candidatura competitiva, mas deixaria estragos na recandidatura do governador petista.

Até aquela data, a aliança estava bem desenhada e Adalclever articulava para ser o candidato principal ao Senado, mas, com a chegada de Dilma, passou a ser o segundo. Na avaliação geral, na disputa ao Senado, a ex-presidente seria a favorita na disputa, deixando apenas uma vaga em disputa. Antes, no entanto, de sacrificar a pré-candidatura de Dilma, aliados de Pimentel tentam convencer Adalclever de que a presença dela na chapa, ao contrário, poderia alavancar o candidato à segunda vaga, a exemplo do que aconteceu na eleição de 2010, quando os tucanos elegeram Aécio Neves, o mais votado, e o ex-governador Itamar Franco como segundo. Na avaliação dos petistas, Dilma não é problema, mas a solução. Hoje, Adalclever teria apenas 4% das intenções de voto para senador.

Adalclever parece ainda não concordar com essa visão, razão pela qual busca outro caminho eleitoral, ao reagir com candidatura própria. A medida é de risco, pode isolar o MDB na disputa e dificultar a reeleição de seus deputados estaduais e federais. Adalclever está levando a sério e sequer compareceu, no sábado (21), à solenidade da Medalha da Inconfidência, da qual é presidente do conselho, em Ouro Preto. Pimentel não vai esperar para ver. Caso não seja possível, o plano B para Dilma é disputar uma vaga de deputada federal. A própria Dilma teria dito que não fará objeções, disposta a não atrapalhar a aliança que sustentará a recandidatura de Pimentel.

Os efeitos desse imbróglio foram sentidos até mesmo na Assembleia Legislativa, onde os deputados não votaram um projeto sequer neste ano, criando dificuldades para o governador. A principal delas é a falta da aprovação do projeto que faz a cisão em duas da Companha de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), a estatal do nióbio, para facilitar e valorizar a venda de 49% de suas ações. A cisão cria a Codemge, empresa que cuidaria de outras atividades da Codemig não relacionadas à extração do nióbio.

Para aprovar o projeto, a Assembleia tem que votar, primeiro, 18 vetos que travam a pauta legislativa. Antes deles, nada pode ser votado. O destravamento depende, logicamente, do insatisfeito Adalclever que é o responsável por definir a pauta de votações. Sem a venda das ações da Codemig, o governo não tem outra fonte de recursos para extinguir o parcelamento dos salários dos servidores e colocar em dia o repasse constitucional dos municípios mineiros, e ainda, pagar as emendas parlamentares ao orçamento.

Como plano B, o governo já tem a autorização legislativa, dada pela Assembleia no final do ano passado, para vender as ações da estatal sem a cisão. Porém, espera ainda que terá a cisão para aumentar o valor da estatal.

Vaga de conselheiro no TCE entra no pacote

A vaga no Tribunal de Contas do Estado, aberta com a morte da conselheira Adriene Andrade, deverá entrar no pacote eleitoral do governador, que tem a prerrogativa de fazer a indicação. Será mais um meio de pacificar o MDB e garantir a aliança entre o PT e o MDB. A estratégia repetiria o que fez o então governador Aécio Neves (PSDB), em 2006, quando indicou Adriene para garantir o apoio de seu marido, Clésio Andrade, à chapa tucana.

Partido Novo lava estátua de Tiradentes

Em homenagem a Tiradentes, integrantes do Partido NOVO se reuniram, no dia 21, em frente à Estátua de Tiradentes para limpá-laO ato foi uma forma de valorizar quem lutou pela redução dos impostos no Brasil. “Estamos com uma carga tributária de cerca de 40% do que produzimos”, afirmou Léo Mesquita, pré-candidato a deputado federal pelo NOVO. O partido disputa, neste ano, a Presidência da República, os governos de São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além de cargos para deputados federais e senadores em 18 estados e no Distrito Federal.

Rodrigo Paiva limpa a estátua (Divulgação/Partido Novo)

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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