Mais de 200 pessoas ficam desabrigadas depois que prédio desaba consumido por fogo, no Centro de São Paulo

Fogo iniciou no 5º andar de prédio e se espalhou rapidamente

Um prédio de 24 andares no Centro da capital paulista, onde viviam 92 famílias, ou seja, 248 pessoas, desabou em chamas por volta das 3h desta terça-feira (1), após ter sido atingido por um incêndio. O edifício, que ficava na Avenida Rio Branco, na Região do Largo do Paissandu, era ocupado por um movimento social de defesa ao direto a moradia. O Corpo de Bombeiros confirmou, até o momento, que uma pessoa morreu. Não há informações oficiais sobre o número de desaparecidos. Uma faixa da avenida Rio Branco foi tomada pelos escombros do edifício que desabou.

Um segundo prédio, próximo ao que desabou, também foi atingido pelo incêndio. O edifício, no entanto, estava vazio e as chamas ficaram restritas a um único andar. Cerca de 160 membros do Corpo de Bombeiros atendem a ocorrência. O fogo teve início à 1h30, no quinto andar do prédio, que rapidamente foi consumido pelas chamas. Alguns moradores contam que a causa foi a explosão de uma panela de prisão no apartamento daquele andar, onde viviam um casal e duas crianças.

O fogo e o desabamento atingiu ainda uma Igreja histórica. O templo da Igreja Evangélica Luterana de São Paulo é vizinho do prédio. Inaugurado em 1908,  templo é o primeiro em estilo neogótico na Capital. Os vitrais da Igreja são da oficina do mesmo vitralista do Mercadão e do Teatro Municipal. O local também abriga um centenário órgão de tubos alemão. De acordo com o pastor luterano Frederico Carlos, o templo ficou bastante destruído e intacto ficou apenas a torre e o altar.

Temer é hostilizado em visita

Ainda na madrugada, o presidente Michel Temer esteve fez uma visita ao local do incêndio, mas foi hostilizado pelas famílias que viviam no local. Ele foi recebido com gritos de “golpista”, e objetos foram atirados contra sua comitiva. Temer ficou menos de dois minutos no local, onde esteve para colocar o governo federal à disposição do estado. Ele confirmou ainda que o prédio ocupado fazia parte do patrimônio da União.

No local, o governador de São Paulo, Márcio França, disse que vai disponibilizar auxilio-moradia para as famílias do prédio e que foram cadastradas pela prefeitura da capital. O benefício será de R$ 1.200 no primeiro mês e de R$ 400 a partir do segundo, pago por um período de 12 meses. A prefeitura estima que somente a cidade de São Paulo tem um déficit de moradias de 280 mil imóveis. Apesar disso, o local do desabamento era palco de desolação absoluta. Relatos emocionados de moradores que perderam o pouco que tinha consumido pelo fogo, que se alastrou rapidamente, se sucediam. Uma madrugada de horror e de agradecimento daqueles que escaparam com vida.

“Eu ouvi o barulho dos vidros caindo e pensei que era chuva. Quando nós estávamos na rua, que eu virei, o fogo já estava tomando conta, a chama já estava subindo”, disse uma moradora da ocupação, que não quis se identificar. “Eu estava dormindo, acordei meu marido gritando ‘fogo, fogo, fogo’. Peguei meu filho e saí. Não consegui salvar os documentos dele, consegui salvar só os meus. Estou aqui no meio da rua, com roupa de dormir, sem nada”, contou a moradora Crivalda que mora na ocupação há um ano. Ela diz que teve tempo apenas de salvar o filho de quatro anos. Muitas famílias que viviam no prédio pagavam aluguel de até R$ 400 por mês para ajudar a financiar o Movimento Social de Defesa da Moradia.

Com Agência Brasil

 

 

 

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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