Minas registra surtos da síndrome mão-pé-boca este ano; doença é pouco conhecida

Doença tem como característica o aparecimento de manchas vermelhas

Minas Gerais está vivendo o terceiro surto da síndrome mão-pé-boca, que já atingiu 107 pessoas, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria de Estado da Saúde. A doença, ainda pouco conhecida, é virótica e altamente contagiosa.

Segundo a SES, ela é mais frequente em crianças de menos de cinco anos, embora possa afetar adultos. Tem esse nome justamente porque as lesões localizam-se nos pés, mãos e interior da garganta. No ano passado, um surto foi registrado na região de Varginha, Sul de Minas, atingindo 176 pessoas.

De acordo com a técnica Tânia Marcial, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas),  o diagnóstico da síndrome é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões.

“É importante estabelecer diferenças em relação a outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele. Não há tratamento específico para a síndrome. Em geral ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é realizado com antitérmicos e anti-inflamatórios com o objetivo de tratar os sintomas. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta”, explica.

O período de incubação do vírus é de 4 a 6 dias. Geralmente a doença inicia-se com febre (38°C a 38,9°C). Um a dois dias após, aparecem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. Depois pode surgir nos pés e nas mãos uma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar. Em geral, regridem juntamente com a febre, entre 5 e 7 dia.

Peregrinação a médicos

A empresária Lorena Cruz, mãe da Maria Flor, de apenas um ano e três meses, teve que fazer uma verdadeira peregrinação a médicos até conseguir amenizar a dor da filha que foi uma das vítimas da doença. Por desconhecer a enfermidade e mesmo depois de perceber manchas avermelhadas na região da frauda em sua filha, acreditou se tratar de uma simples assadura.

No entanto, contra Lorena, ela percebeu também a presença de bolha e decidiu levar Maria Flor a um serviço de urgência onde o médico reformou sua suspeita de se tratar de assaduras e dispensou medicação. Mas, conta a empresária, as manchas se espalharam pelo corpo da pequena e ela retornou ao médico. Desta vez, o diagnóstico foi alergia alimentar.

A medicação prescrita, diz Lorena, não surtiu efeito e, mais uma vez, ela procurou nova ajuda médica. Quando finalmente foi confirmada se tratar da síndrome mão-pé-boca.  “Nunca tinha ouvido falar da síndrome. Pelo incômodo que causa nas crianças é importante ficar alerta, para permitir um diagnóstico mais rápido. E ajudar os pequenos a enfrentar o desconforto”, aconselha.

Para se prevenir contra a síndrome é preciso lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro; limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos e evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios ou xícaras com pessoas com problemas de mãos, pés e boca.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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