Depois de tentar, por quase 20 dias, visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), finalmente o teólogo Leonardo Boff conseguiu rever o amigo petista na tarde desta segunda-feira.
A autorização foi concedida pela juíza da Vara de Execuções Criminais de Curitiba, Carolina Mouro Lebbos, a mesma que negou a visita de Boff no último de 19. Ao conceder o benefício, Lebbos alegou que a Lei de Execuções Penais prevê a “assistência religiosa” a preso.
A imagem do teólogo assentado numa pequena cadeira na porta da Polícia Federal rodou o mundo. No mesmo dia, o prêmio nobel da Paz em 1980, Adolfo Pérez Esquivel, também tentou visitar Lula, mas foi impedido. Frei Boff fez um discurso emocionado citando o ex-presidente.
Às quintas-feiras, quando acontecem as visitas, durante a última hora, Lula pode receber dois amigos. Os primeiros a estarem com ele foram a senadora Gleisi Holffmann, presidente do PT, e o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner.
“Candidatíssimo”
Depois da visita, Boff contou que Lula reafirmou que é “candidatíssimo” à Presidência da República e que só retira sua candidatura se Moro (juiz Sérgio Moro, que preside as ações da Operação lava-Jato), apresentar uma única prova de que ele é o proprietário do triplex em Guarujá, litoral de São Paulo.
Contou também que o ex-presidente está bem e com “muito vigor” e lendo muito. “Ele disse quer se aprofundar na espiritualidade e está lendo o meu livro O senhor é meu pastor, nada me faltará, que fala sobre o salmo 23, além de outros sobre o mesmo tema. Lê ainda muitos romances”, revelou.
Da Agência Brasil