De R$ 1,80 para R$ 3,40. Esse será o valor da nova tarifa do metrô de Belo Horizonte a partir das próximas semanas. Uma reunião realizada na última sexta-feira (4) com gestores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em Natal, no Rio Grande do Norte, definiu o aumento em diversas capitais do país.
Em conversa com o Bhaz, Robson Zeferino, diretor jurídico do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindmetro), afirmou que eles foram informados sobre o aumento no começo da noite de sexta. “A notícia chegou por volta de 18h15m. Nessa reunião estava nosso superintende que confirmou o aumento da tarifa”, afirmou. Para que o aumento possa valer é preciso que uma portaria seja publicada no Diário Oficial da União, o que para Robson deve acontecer nas próximas semanas.
Apesar do novo valor não ter sido oficializado, a população tem reagido contra a decisão. “Bilheteiros estão nos relatando que as pessoas já estão reclamando. Porém eles precisam saber que nós não temos decisão alguma sobre isso. É uma decisão que vem dos superiores”, contou.
Uma carta aberta está sendo redigida pelo Sindmetro, em parceria com outros movimentos sociais, para que seja entregue à população na próxima quinta-feira (10) na estação Eldorado, em Contagem. “Pretendemos fazer um ‘Café com usuário’ onde vamos expor para eles o que a CBTU pretende fazer ao aumentar a tarifa. Precisamos que eles saibam de tudo”, disse.
Recompor o orçamento e atrair a iniciativa privada são as hipóteses trabalhadas pelo Sindmetro para a mudança no valor da tarifa, visto que a justificativa oficial ainda não foi apresentada. “Acreditamos que o aumento tem como principal objetivo recompor o orçamento, pois houve um corte de 40% nele. Além disso, não é de hoje que a CBTU tenta fazer com que a iniciativa privada se interesse em assumir a administração do metrô. Com uma tarifa de R$ 1,80 as empresas não desejam controlá-lo”, afirmou.
Nova tarifa e velhos problemas
Apesar da nova tarifa do metrô ser uma realidade cada vez mais próxima, a qualidade do produto ofertado para o usuário não tem apresentado melhorias. Robson contou ao Bhaz que na manhã de hoje (7) dos 35 trens da composição, oito estão na oficina, cinco não podem rodar em hipótese alguma devido a falta de peças e 22 estavam disponíveis.
“Ao aumentar a passagem o ideal seria que melhorasse as condições dos trens. Se tivéssemos todos funcionando teríamos uma diminuição no intervalo das viagens nos horários de pico o que seria muito bom para a população”, contou. Ainda sobre as condições dos trens, Róbson disse que os que estão em circulação é devido um “milagre da manutenção”.
Nesta segunda, representantes do Sindmetro vão a Brasília para saber mais sobre o aumento buscando a justificativa oficial.
