No dia 1º de agosto de 1986, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) dava início à operação dos trens urbanos, na capital. No início, os vagões transitavam em somente seis estações, ligando o Eldorado, em Contagem, à Lagoinha, no Centro de BH.
Até 1987, eram 10,8 km de linha, quando naquele ano, o sistema recebeu um aporte e estendeu sua operação até a estação Central. E, somente em 2002, a linha foi concluída da maneira como é hoje: do Eldorado até a Vilarinho, na região de Venda Nova. Ao todo 19 estações e 28,1 km de extensão, incluindo o Pátio de Manutenção de São Gabriel.
Em seus 15 anos iniciais, o metrô de BH avançou 17,3 km. Entretanto, nos últimos 16 anos, nenhum metro de extensão foi agregado à linha. Desde então, diversas promessas surgiram e supostos investimentos que, inexplicavelmente, não chegaram aos trilhos.
Linhas fantasma
Linha dois
As obras da Linha Dois do metrô de BH, que ligariam a região do Barreiro ao Calafate – Nova Suíça, chegaram a ser iniciadas em 1998, porém, só duraram até o ano de 2003, quando foram paralisadas sem conclusão. Cerca de R$ 58 milhões foram gastos com a proposta, que acabou sendo esquecida. Ainda no local, moradores são obrigados a conviver com a estrutura abandonada que acumula mato e bichos.
- No ponto amarelo, está a marcação de onde seria a estação de integração do Calafate ao Barreiro. A construção começou em 1998 e foi abandonada.
- No ponto vermelho, está marcado uma estrutura da estação que foi abandonada e ficou inacabada
De acordo com a CBTU, a Linhas Dois ligaria o Barreiro até a área hospitalar, no Centro de BH. “A linha vem complementar o sistema de transporte de alta capacidade sobre trilhos, fazendo com o sistema de ônibus uma rede integrada do transporte coletivo da Região Metropolitana de Belo Horizonte, garantindo a mobilidade das pessoas com maior rapidez e segurança”, diz o projeto no site da companhia.
Linha três
A linha três é um sonho antigo dos moradores da capital, ela ligaria a região da Pampulha à Savassi. De acordo com a CBTU, ela se iniciaria próxima ao Aeroporto da Pampulha e seria totalmente subterrânea. “Ela passaria pela avenida Antônio Carlos, Praça Sete, desenvolvendo pela diretriz da Av. Afonso Pena, Praça da Liberdade e Savassi”, diz a companhia.
- Os pontos verdes indicam as regiões que a Linha Três ligaria: da Pampulha à Savassi.
Ficou no quase
Em 2011, a presidente Dilma Rousseff anunciou a liberação de 3,16 bilhões de reais em recursos para Belo Horizonte por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A verba seria usada para modernizar o trecho atual e implantar as linhas Dois e Três na capital.
O metrô da capital transporta diariamente cerca de 210 mil pessoas. Com as novas linhas, o metrô passaria a comportar cerca de 980 mil passageiros por dia, teria 44 quilômetros de extensão, 31 estações, 40 composições de 6 vagões cada e atenderia as principais regionais da cidade: Centro, Pampulha, Barreiro, Venda Nova e Savassi.
O sonho da população ganhou ainda mais força quando, em 2012, o Centro da capital passou a ser perfurado para estudos de implantação das linhas, porém, não passou de uma utopia.
Novos vagões e extensão em Contagem
Na realidade, a única mudança recente no transporte sobre trilhos foi a compra de novos trens para serem instalados no trecho Vilarinho – Eldorado. Os trens foram implantados com quase nove meses de atraso, por conta de testes. As dez novas composições adquiridas pela CBTU custaram R$ 171,9 milhões.
Em outubro de 2017, o prefeito de Contagem, Alex de Freitas, anunciou, em Paris, que o metrô ganharia uma nova estação. Segundo ele, o anúncio seria feito pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo.
“Vamos anunciar a ampliação de mais uma estação. A primeira de duas que esperamos tirar do papel. O metrô beneficia os mais carentes. Transporte limpo, confortável e rápido. É menos tempo no trânsito e mais momentos com a família e os amigos. Não se assustem com o tamanho do otimismo com mais uma linha de metrô. Por tudo que acontece no Brasil, essa linha, que vai chegar até o Eldorado, nosso principal centro comercial, é um avanço histórico”, disse Alex de Freitas na época.
A previsão era de que as obras começassem agora, no mês de maio. Porém, a Prefeitura de Contagem voltou atrás e disse que “o projeto de ampliação continua tramitando no Ministério das Cidades. A prefeitura anunciou investimentos em obras de mobilidade relacionadas à ampliação do metrô no município”, disse em nota. Desta forma, as obras continuam sem previsão para início.