Quem precisa utilizar o metrô de Belo Horizonte se deparou com uma notícia nada agradável, principalmente para o bolso: a confirmação do aumento da tarifa de R$ 1,80 para R$ 3,40.
O ajuste anunciado no começo da semana começou a valer nesta sexta-feira (11), representando uma alta de 88,9% no valor. O Bhaz foi à Estação Central ouvir alguns usuários do transporte público para saber a opinião sobre o aumento estabelecido pelo governo federal. A maioria dos ouvidos acredita que o reajuste é necessário, porém não da forma colocada.
O mecânico Victor Bandeira acredita que a alteração não é proporcional às melhorias realizadas no metrô. “Isso aqui vai continuar da mesma forma, não há perspectiva de melhora. Se esse aumento fosse pelo menos de R$ 0,20 a gente aguentava, mas praticamente dobrar a tarifa é muito complicado. A população do Barreiro fica sempre na expectativa de ter um metrô por lá e nada acontece”, disse.
“A população mais carente não poderá usufruir do transporte”. Esse é o impacto do reajuste na opinião da fisioterapeuta Samia Amim que trabalha em uma clínica que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Muitos pacientes não tinham condições para pagar R$ 1,80 imagina agora que praticamente dobrou? Hoje percebemos um esvaziamento na clínica e acreditamos que a alteração no valor da tarifa influenciou isso”, disse.
Na entrada da estação, uma faixa colocada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindmetro) pede uma tarifa social, visto que o metrô é de responsabilidade do governo federal.
Uma publicitária que preferiu não se identificar concordou com a reivindicação do sindicato. “O metrô precisa atender a população carente, por isso não compreendo o aumento vindo da CBTU. É preciso rever, pois não temos ampliação da linha. Somos mal transportados e mal informados, prova disso é o horário de pico. Chaga a ser desumano”, afirmou.
Apesar de não utilizar o metrô com frequência a vendedora Natani Carolina solidariza com os usuários que diariamente usam o transporte como a diarista Mari de Souza. “Esse aumento é praticamente uma passagem integral de ônibus. Fiquei chocada com esse aumento”, destacou Natani. Já a diarista Mari contou que há oito anos usa o metrô de segunda a sábado e que neste período não viu melhoria alguma. “Meu salário ficará comprometido com essa alteração. O metrô não cumpre horário, sempre estraga e nos deixa na mão”, afirmou.
A extensão do metrô da capital e os pontos que ele atende foram destacados nas falas dos entrevistados. “Em São Paulo o metrô é R$ 4, mas lá as pessoas são contempladas e há diversas linhas. Aqui não temos acesso aos principais pontos da cidade. O valor anterior é aceitável pelo que ele nos proporciona”, opinou Jonathan Alves.