Greve do ensino infantil continua em BH; professores alegam ‘silêncio’ de Kalil

Assembleia foi realizada na porta da PBH

Professores da educação infantil de Belo Horizonte vão manter a greve da rede pública da capital. A decisão foi tomada após assembleia da classe realizada na tarde desta quarta-feira (16) em frente à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A categoria reivindica carreira única, sendo assim, equiparação com os educadores do ensino fundamental.

Em conversa com o Bhaz, Evangely Rodrigues, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede-BH), contou que o silêncio do prefeito Alexandre Kalil (PHS) no prosseguimento das negociações fez com que a greve continuasse. “Na mesa de negociação ele falou: ‘ou aceita minha proposta do jeito que está e volta pra sala de aula ou vou tirar da pauta o projeto que prevê melhorias na carreira'”, disse. A professora ainda ressaltou a violência dos militares para reprimir manifestação.

“Ou a unificação sai ou esqueça sua carreira política Kalil”. Esta foi uma das falas de uma professora que cobra o cumprimento da promessa de campanha do político. “Estamos cobrando aquilo que foi prometido e isso não está acontecendo”, cobrou Evangely.

Assembleia foi realizada, mais uma vez,  na porta da PBH (Henrique Coelho/Bhaz)

Ao líder de governo, vereador Léo Burguês (PSL), os professores entregaram a proposta de carreira única além de estudos de orçamentos realizados por eles. “Dá para atender nossa reivindicação. Queremos a comunidade ao nosso lado, por isso estamos fazendo visitas às escolas. Continuaremos lutando para que a mesa de negociação seja aberta”, destacou.

O Sind-Rede-BH afirma que há margem para Kalil conceder a unificação de carreira. Eles baseiam no comprometimento da receita da PBH com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que atualmente é de 44%, sendo assim inferior ao teto de 55% estabelecido pela lei.

O sindicato pede também o fim da Parceria Público-Privada (PPP) da prefeitura com a Odebrecht em relação à operação das Umeis e o fim das gratificações pagas aos secretários que participam de conselhos.

A próxima assembleia da categoria está marcada para acontecer no dia 23 de maio, data que completará um mês da violenta repressão da Polícia Militar aos professores na porta da PBH, que virou um cenário de guerra.

Kalil pretende negociar

Após se reunir com Alexandre Kalil na tarde hoje (16), o vereador Léo Burguês disse ao Bhaz que o prefeito deseja retomar as negociações. “Ele pediu de joelhos para os professores voltarem às salas de aula”, destacou o parlamentar. Léo ainda afirmou que a greve acabando, o prefeito reunirá com a categoria no dia seguinte.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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