A possível construção de uma loja da Drogaria Araújo no bairro Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte, tem gerado debates entre representantes da população e vereadores na Câmara Municipal. O motivo é um Projeto de Lei (PL) que pretende alterar a Área de Diretrizes Especiais (ADE) do bairro.
De autoria do vereador Autair Gomes (PSC), o PL 522/2018 visa ampliar a permissão de atividades comerciais com mais de 300 m². Porém, moradores e membros de associações do bairro estão solicitando que o projeto seja barrado, pois desejam manter as tradições históricas do bairro que é de caráter residencial.
Na justificativa do PL, o parlamentar destaca que quando a Lei 8.137/2000 estava sendo elaborada ocorreu um “equívoco”, conforme define, ao colocar Drogaria e Farmácias e Artigos e Produtos Veterinários com restrição de área entre 150 m² e 300 m². Para Autair é preciso ajustar as “necessidades que vão surgindo por conta do envelhecimento da população, do apego a animais domésticos, de novos hábitos de consumo, de segurança, de mobilidade e do fator econômico”.
Essa justificativa não é aceita por representantes de moradores do local. Em uma audiência pública na Casa Legislativa, os representantes destacaram que a instalação de estabelecimentos de grande porte podem alterar o estilo de vida que as pessoas levam e que eles lutam para ser mantidos. Além dos impactos no trânsito destacam que os pequenos proprietários de farmácias, mercearias, lojas de produtos de beleza, ração e produtos para animais também serão afetados com a chegada do empreendimento.
Na terça-feira (15), em uma reunião da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, foi pedido que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) analise o conteúdo do PL. Outro encaminhamento da reunião foi uma visita técnica no local onde a Drogaria Araújo poderá ser construída caso o PL seja aprovado.
Ao Bhaz, o vereador Juliano Lopes (PTC) destacou que os parlamentares irão à rua Mármore, nº 373, na próxima terça-feira (22). Perguntado se era favorável à aprovação do projeto, Lopes afirmou: “Vou aguardar a visita técnica, pois ela é essencial na análise. Uma coisa é a discussão no papel e a outra é irmos até o local e vermos o impacto que pode causar à região e seus moradores”.
Drogaria Aráujo
O Bhaz entrou em contato com a Drogaria Araújo para saber os procedimentos usados pela empresa para consultar moradores da região sobre uma unidade do estabelecimento, além de indagar outros pontos. No entanto, fomos informados de que o responsável por solucionar a demanda encaminhada está em uma agenda no exterior e que não há data prevista para retornar.
Da Redação Bhaz com CMBH