‘Está difícil, mas é preciso’: BH menos movimentada e apoio total aos caminhoneiros

Fotos: Vitor Fernandes/Bhaz

Avenida do Contorno, às 17h. O trânsito, que geralmente é complicado nas sextas-feiras, hoje (25) estava diferente. Poucos carros nas ruas e muita gente nos pontos de ônibus. Uma cidade mais silenciosa que o normal. É o quinto dia da greve dos caminhoneiros, que já paralisa o país.

Passando pela padaria, a funcionária comenta que por enquanto ainda não falta nada no local, mas não sabe até quando. Pelas ruas, os canais das televisões dos bares falavam sobre a greve, é o assunto do momento.

Andando pela avenida, a reportagem do Bhaz parou em um posto de gasolina. No local, somente um frentista estava presente, sentado, mexendo em alguns papéis. “A gasolina acabou logo cedo, umas 11h, aí todos os funcionários foram dispensados. Eu só fiquei para vigiar mesmo e o posto não ficar sozinho, mas assim que acabar meu turno vou embora”, comenta Rogério Fernandes.

A dona de casa Maria Célia, conta que acompanha tudo pela televisão e que torce para que a greve tenha resultado. “Os caminhoneiros são os únicos que conseguem parar o país. Meu marido não conseguiu mais abastecer o carro e agora vamos tentar o ônibus. Está bem difícil, mas acho que isso é preciso para mudarmos o Brasil. Chega dessa roubalheira toda”.

Continuamos andando e o cenário de ruas vazias ainda causava estranheza. Parecia um domingo em BH. Em um ponto de ônibus, muita gente e poucos veículos para o transporte. As pessoas reclamavam que ficaram muito tempo esperando algum ônibus passar e, quando chegavam, estavam muito cheios.

Em outro posto de gasolina, também não havia mais combustível. Nesse, havia acabado desde a manhã dessa quinta-feira (24). O movimento era grande e enquanto conversávamos com o frentista Cleiton Paulo, muita gente parava para perguntar se ainda tinha gasolina. “O pessoal ainda vem, mas não tem mais nada. Todos apoiamos os caminhoneiros”. O dono do posto chegou a nos mostrar o celular cheio de ligações de pessoas que precisavam abastecer.

Na volta para a redação, o motorista do Uber nos conta que está com metade do tanque cheio. “Vou continuar dirigindo até que a gasolina acabe, depois, vou aderir a greve também”, brinca. A greve continua e promete mexer ainda com a vida de muitos brasileiros.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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