Pimentel recebe Temer em BH com duras críticas à Petrobras

Pimentel foi aplaudido a dizer que a política afeta diretamente estados e municípios

O protesto dos caminhoneiros por conta do alto preço dos combustíveis não traz transtornos apenas ao cidadão, mas também muita saia justa para o mundo político. Em sua primeira visita a Minas, na noite desta quinta-feira (25), o presidente Michel Temer (PMDB-SP) levou um puxão de orelha do anfitrião, o governador Fernando Pimentel (PT). Pimentel criticou duramente a política de preços da Petrobras em relação aos combustíveis que aumentou 50% em apenas 12 meses.

Pimentel considerou que a atual política da estatal “paralisa o país” e “é absolutamente incompatível com o nível geral da economia, neste estágio em que a inflação mal alcança 3%”. O petista disse ainda que os consecutivos aumentos são para correção de práticas passadas. “Não pode e nem deve ser suporte para uma política de preços tão descolada da realidade”, disse o governador.

O governador arrancou aplausos da plateia durante o encontro na Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg), quando lembrou que a atual preço dos combustíveis, vinculada ao valor do dólar, onera ainda mais a “combalida finança dos estados e municípios”.

Contraria a lógica

“Está política contraria a lógica econômica de empresários e trabalhadores, afinal, não somos os Estados Unidos da América, nós não emitimos dólares, nós não dispomos do mesmo nível de renda e nem muito menos da hegemonia econômica daquele país. Neste quesito preço de petróleo, adotaro  modelo norte-americano nessa terra tropical é um contrassenso”, concluiu.

Foram pouco mais de três minutos do discurso que, apesar do tom conciliador, não deu trégua ao sucessor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de quem Fernando Pimentel foi ministro. Ele iniciou sua fala lembrando a “tradicional hospitalidade mineira e a secular cordialidade de nossos costumes políticos” para iniciar, em seguida, as críticas a Temer.

“São obras, algumas inacabadas; programas, alguns interrompido; recursos muitas vezes reduzidos ou não repassados, enfim, um extenso rol de reivindicações que poderiam ser trazidas aqui, mas que não devo elencar agora pois, com certeza, teremos outras oportunidades”, disse Pimentel ao saudar o peemedebista.

Reação

O presidente Michel Temer tentou retribuir as alfinetas e afirmou: “Temos que deixar claro que uma grande parte da formação de preço dos combustíveis são de impostos de responsabilidade dos Estados, no caso o ICMS. Então os Estados também têm responsabilidade nisso e poderiam contribuir na luta pela redução dos preços dos combustíveis” disse.

Temer ainda lembrou que nessa sexta-feira teria uma reunião com secretários estaduais de Fazenda e reforçou o convite diretamente a Pimentel. “Inclusive reforço aqui a importante participação do secretário de Minas para que possamos fazer um diálogo em torno de políticas que contribuam com o tema”.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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