Imagem de Nossa Senhora do Rosário do século XVIII volta à capela em Prados

A imagem sacra de Nossa Senhora do Rosário, furtada ainda na década de 1980, está de volta à capela do mesmo nome no município de Prados, Campos das Vertentes. A imagem foi localizada em 2016, no site de leilão de objetos de arte, e devolvida pelo empresário à cidade. Perícia constatou a autenticidade da imagem e ela foi entregue ao Ministério Público de Minas (MPMG) espontaneamente.

De acordo com o MP, o desaparecimento da imagem foi comunicado à polícia em setembro de 1980 pelo padre Sebastião Cândido de Carvalho, vigário na paróquia de Prados, ao delegado João Filho.

O sacerdote informou que  a Capela de Nossa Senhora do Rosário foi arrombada e furtada na madrugada daquele dia, tendo sido levadas as peças de Nossa Senhora do Rosário de madeira policromada, medindo mais ou menos 1, 20 m de altura e as outras duas, uma de Santa Efigênia e a outra de São Benedito, ambas medindo 70 cm de altura. Constatou-se que todas eram datadas do século XVIII.

Apesar dos esforços investigativos à época, as peças sacras não foram localizadas e não foi apurada a autoria do crime. Em setembro de 2016, a Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico teve acesso a duas fotografias de esculturas de Nossa Senhora do Rosário. Uma das peças foi disponibilizada no Leilão de Dagmar Saboya, em junho daquele ano, e a outra encontrava-se no altar da Capela de Prados, na região do Campo das Vertentes.

O MP entrou em contato com o possuidor da peça leiloada que encontrava-se no Rio de Janeiro. O possuidor concordou em trazer a imagem para Belo Horizonte a fim de que fosse  submetida à perícia do Ministério Público e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que ocorreu em novembro de 2017. Após a perícia, concluiu-se que a peça sacra pertencia à Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Prados, tendo sido comprovado que tratava-se da imagem furtada em 1980.

A imagem é policromada de madeira, tem fino acabamento e pintura esmerada, medindo aproximadamente, 1,20 m de altura. Sustenta no braço esquerdo uma imagem do Menino Jesus, também de madeira policromada, porém, vestido com roupa de pano. As duas imagens têm sobre as cabeças coroas proporcionais ao tamanho delas.

Conforme o MPMG, os bens culturais não devem ser retirados do meio onde foram produzidos ou do local onde se encontram vinculados por razões naturais, históricas, artísticas ou sentimentais. Além disso, a Coordenadoria destaca que o valor cultural de determinadas obras, como as peças sacras, está essencialmente vinculado a um local ou região particular e, sendo constatadas as origens exatas dessas peças, há necessidade de reintegrá-las aos seus locais de origem, de onde não deveriam ter saído.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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