Como funciona o árbitro de vídeo na Copa e o motivo de não ser utilizado no Brasil

Sistema chegou a ser testado pela CBF, mas não tem data para entrar em operação

Na Copa da Rússia, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) implantou um sistema eletrônico de apoio à arbitragem conhecido pela sigla em inglês VAR (Video Assistant Referee). O VAR tem por objetivo ajudar o árbitro central, no campo de jogo, a tomar decisão em lances considerados duvidosos.

O sistema é formado por uma equipe de juízes e ex-juízes de futebol. Eles ficam em uma central de vídeo fora do estádio acompanhando por vários monitores de TV toda partida. A equipe conta também com o auxílio de técnicos em vídeosque escolhem os melhores ângulos do lance duvidoso para o replay da jogada. Em uma das margens do gramado, o juiz principal poderá rever o lance em um monitor de TV e tomar a sua decisão.

De acordo com a Fifa, o VAR poderá ser utilizado somente em lances decisivos do jogo que não ficaram claros para o árbitro e seus assistentes às margens do campo. Por exemplo, para definir se num lance de gol houve alguma irregularidade; para ter convicção na marcação de uma penalidade máxima; e na identificação de um atleta que tenha cometido uma falta grave.

Segundo a entidade, cabe ao árbitro central solicitar a revisão de um lance. Nesse caso, ele coloca uma das mãos sobre o ouvido para indicar que está consultando o VAR. Se ele entender que precisa revisar a jogada que ocasionou a dúvida, ele faz um gesto com as duas mãos desenhando um retângulo. Ele pode definir o lance apenas com as informações dos auxiliares de vídeo ou consultando o monitor à margem do gramado formar a sua convicção do lance.

Na primeira partida da Copa do Mundo, entre a Rússia e Arábia Saudita, vencida pela equipe russa por 5 x 0, nessa quinta-feira (14), o juiz central do jogo, o argentino Néstor Pitana, em nenhum momento o VAR precisou ser utilizado. Na quarta-feira (13), o ex-árbitro brasileiro Wilson Seneme, membro do Comitê de Arbitragem da Fifa, esteve na concentração do Brasil, em Sochi, onde fez palestra para os jogadores da seleção brasileira sobre o árbitro de vídeo.

Questões financeiras pesam no Brasil

No Brasil, os clubes têm projeções de receitas discrepantes. Por exemplo, o América-MG, prevê um faturamento de R$ 60 milhões para 2018, enquanto o Flamengo, almeja aproximadamente R$ 480 milhões de arrecadação. O custo do árbitro de vídeo seria de R$ 10 milhões por turno do campeonato brasileiro, isto é, R$ 500 mil por clube. No total, com os dois turnos jogados, cada equipe desembolsaria R$ 1 milhão de reais.

O projeto do VAR (Árbitro Assistente de Vídeo, sigla em inglês), foi rejeitado pelo Conselho Técnico da CBF, no qual 12 clubes votaram contra o uso da nova tecnologia e sete a favor. O São Paulo se absteve.

Com Agência Brasil

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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