Outorga Onerosa é mantida pela PBH e Plano Diretor é enviado à Câmara

Outorga Onerosa será tema de discussão no Legislativo

A proposta da Outorga Onerosa do Direito de Construir está mantida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) no Plano Diretor enviado à Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Tema de debate entre membros do setor da construção civil, a proposta prevê o pagamento de uma taxa caso o cidadão desejar construir além do limite estabelecido pelo coeficiente.

O projeto do texto substitutivo que será entregue ao Legislativo na tarde desta sexta-feira (29) foi apresentado à imprensa pela secretária municipal de Política Urbana, Maria Caldas. Ela destacou que temas definidos nas conferências, como a Outorga Onerosa, não foram alterados pelo Executivo. “Vivemos em uma democracia e por isso precisamos respeitar a decisão tomada por eles”, afirmou.

A principal mudança proposta pela PBH no substitutivo refere-se ao crescimento da capital, descentralizando as atividades da região do hipercentro, e simplificação as leis, trazendo-as para uma linguagem mais popular, facilitando o entendimento por parte do cidadão.

A prefeitura tem ciência de que haverá pressão por parte dos empresários sobre a Outorga Onerosa, mas está confiante de que finalmente o novo Plano Diretor será aprovado. “Estamos preparando um debate com a CMBH e população, para que eles entendam que a outorga só trará benefícios. Esperamos vencer com diálogo”, disse Maria Caldas.

O desenvolvimento das demais regiões da capital está previsto no plano com a verba vinda da Outorga Onerosa, conforme explica a secretária. “O crescimento da cidade está sendo reorientado; para isso será necessário melhorias de infraestrutura e os recursos virão da Outorga”, disse.

Dois fundos receberão estas verbas que serão destinadas a melhoria habitacional e novas moradias: o de Fundo de Habitação Popular e o Funda da Centralidade.

Uma fórmula prevista em lei estabelecerá o valor pago pelo cidadão. “O cálculo é feito com base no preço do terreno, o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e a metragem que a pessoa precisa comprar para executar a obra desejada. Uma coisa podemos afirmar: a Outorga Onerosa é sempre mais barato do que pagar ao dono do terreno”, esclareceu. Com a aprovação do Plano, a especulação imobiliária estará próxima do fim na capital.

Em agosto do ano passado, o Sindicato da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) abandonou a Conferência que estabelecia pontos do plano alegando que prefeitura havia “engessado” o projeto e que faltava diálogo, além dos mesmos estarem fora da realidade.

Procurado pelo Bhaz sobre a manutenção da proposta da Outorga Onerosa, o sindicato afirmou que irá “tomar ciência do conteúdo do substitutivo” e na sequência divulgará o posicionamento sobre o assunto.

Prefeitura não tem pressa

Maria Caldas ainda enfatizou que a PBH não trabalha com prazos para a aprovação do projeto na Câmara. “Trabalhamos com convicção e determinação. BH já está atrasada nas mudanças, precisamos pensar no futuro e no legado que deixaremos às futuras gerações. Não precisa ser urbanista para ver os problemas da capital: engarrafamento, inundações em época de chuva e mais de 90 mil pessoas morando em áreas precárias”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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