No próximo dia 18 de julho, celebra-se um ano que o Plano de Mobilidade por Bicicleta de Belo Horizonte (Planbici) foi assinado pelo prefeito da capital, Alexandre Kalil (PHS), em parceria com a Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo).
De acordo com o Planbici, o objetivo é alcançar 2% de viagens feitas por bicicleta em toda BH, até o ano de 2020. Atualmente, esse número é de 0,4%. Para isso, seria necessária a construção de 411 quilômetros de ciclovias e outras melhorias até o ano limite do projeto. Atualmente, BH conta com 83 quilômetros de ciclovias já implantadas.
Porém, contrariando o acordo assinado, segundo dados da BH em Ciclo, a Gestão Kalil construiu, até o momento, apenas 10 metros de ciclovias na capital, em 18 meses. De acordo com a BHTrans, a atual gestão recuperou a ciclovia da Andradas, que vai da Contorno até a Silviano Brandão e também foi feito um tratamento nos cruzamentos das avenidas Contorno com Andradas e Andradas com Silviano Brandão, para aumentar a segurança dos ciclistas.
De acordo com o Planbici, o previsto para o período 2017 – 2018 é a construção de 7,5 quilômetros de ciclorotas na região da Savassi; 30 quilômetros nas regionais Central e Leste; 7,5 quilômetros na área hospitalar e a apresentação de projetos para construir mais 130,5 quilômetros, chegando a 50% do necessário para atingir 411 quilômetros de rede em 2020.
Em um cálculo rápido, a PBH teria que construir 164 quilômetros de ciclovias nos próximos dois anos, uma média de 13,6 por mês, para atingir o objetivo do Planbici.
Entretanto, segundo a BHTrans, há, no momento, um financiamento aprovado para a revisão de aproximadamente 60 quilômetros de projetos cicloviários na capital. “A Administração Municipal está trabalhando na captação de recursos externos para a implementação do PlanBici como um todo e, principalmente, em relação às ações voltadas para a ampliação da rede cicloviária, alimentadora do Sistema de Transporte Público e Coletivo da cidade”, diz a empresa em nota.
A BHTrans afirma também que tem discutido o PlanBici o Plano de Mobilidade de Belo Horizonte (PlanMob- BH) e o Programa Pedala BH com a sociedade civil.
“Especificamente, em relação ao plano de ações voltado para o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte na capital mineira, existe um fórum de discussão, o Grupo de Trabalho Pedala BH (GT Pedala BH), do qual faz parte a Associação BH em Ciclo, desde 2012, e cuja pauta de debate é elaborada coletivamente. Essa instância de discussão e construção coletiva se reúne pelo menos uma vez ao mês”, diz a BHTrans.
100 mil bicicletas
A Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em ciclo) instalou um contador de bicicletas na avenida Bernardo Monteiro, na esquina com a Afonso Pena, no bairro Funcionários, na região Centro-Sul da capital.
Segundo o contador, em 2018, 100 mil bicicletas passarão pelo local. Um aumento de pelo menos 14% em relação ao ano de 2017, quando se atingiu 87.139 ciclistas.
De acordo com os dados coletados pelo equipamento, o aumento médio no número de bikes tem sido de 17% por mês. Para se atingir 100 mil ciclistas nesse ponto é preciso de um fluxo médio de 8,5 mil ciclistas por mês, até o fim do ano.
“Uma ressalva importante é que estamos falando apenas de um ponto da cidade. Se levarmos em consideração as contagens de ciclistas feitas pela BH em Ciclo, e em 2018 a Associação fará outra, é possível compreender que a Bernardo Monteiro não é o ponto em que mais passam ciclistas por dia. Ou seja, em BH tem-se muito, muito mais que 100 mil espalhados por todas as regionais”, diz a BH em Ciclo, que cobra da prefeitura o cumprimento do plano.