Como ex-monge (treinador) ajudou a manter meninos vivos em caverna na Tailândia

Reprodução/Facebook

O resgate dos meninos presos em uma caverna na Tailândia virou centro das atenções do mundo todo na última semana. No dia 23 de junho, um assistente técnico de futebol infantil e doze garotos ficaram ilhados em uma região remota do país asiático. Eles só foram encontrados após nove dias de buscas realizadas por equipes de socorristas. Na manhã deste domingo (8), mergulhadores conseguiram retirar quatro crianças do local.

Uma das questões que mais intrigam as pessoas que acompanham o caso é como os meninos e o treinador conseguiram sobreviver sem nenhum contato com o mundo externo por tanto tempo. Integrante da equipe internacional de resgate, o holandês Ben Reymenants disse ao programa Newsnight, da BBC, que encontrar todos vivos “foge do comum”.

“Obviamente eles estão muito fracos, mas estão todos vivos. Eles ficaram sentados em um pedaço de rocha, em um espaço reduzido, durante quase 10 dias, então isso é realmente um milagre”, disse.

Especialistas acreditam que os meninos e o treinador tiveram sorte na escolha do lugar para aguardar o resgate. “Quando se está preso em uma caverna, você quer buscar o ponto mais alto do local (para se proteger)”, conta Anmar Mirza, coordenadora nacional da Comissão Nacional de Resgate de Cavernas dos Estados Unidos. Não é fácil identificar esse espaço considerado mais seguro. É preciso procurar lama, folhas e lodo molhado nas paredes na tentativa de se posicionar no lugar mais adequado.

Outro ponto importante é hidratação. Nas paredes da caverna há água jorrando, o que foi essencial para manter todos vivos. Estima-se que o ser humano pode ficar sem comer por um período de 30 a 45 dias, mas não resiste mais do que cinco dias sem água.

O treinador Ekapol Chanthawong, de 25 anos, se tornou personagem central do resgate. Ele está entre os mais fracos do grupo, em parte porque entregou aos meninos quase toda sua comida e da água. Aliás, ele é considerado um fator determinante para a sobrevivência do grupo. O tailandês, que é ex-monge, ensinou os garotos a meditar e conservar o máximo de energia que podiam.

Mesmo com todos os cuidados, a situação na caverna é altamente insalubre. Um vídeo postado no Facebook pela Marinha da Tailândia mostra os meninos dizendo que estão com fome e pedindo comida aos mergulhadores.

Ainda não foi possível esclarecer totalmente em quais circunstâncias o grupo ficou preso na caverna. Ekapol acompanhava os meninos em uma caminha à pé até um campo de futebol em Doi Nang Non. Durante esse trajeto, eles foram parar dentro estrutura rochosa.

Na manhã de sábado (7), a Marinha tailandesa postou fotos de cartas que o grupo enviou para suas famílias. A mensagem de Ekapolfoi curta e trazia uma promessa: “Eu prometo cuidar dessas crianças ao máximo. Quero agradecer por todo o apoio e pedir desculpas”.

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