Uma vinda secreta, sem a presença da militância e uma reunião ainda mais misteriosa. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Belo Horizonte nesta quinta-feira (19), para “resolver” questões de sua candidatura ao Senado por Minas Gerais. No entanto, o que causou a surpresa foi a forma misteriosa como o encontro ocorreu.
O local escolhido foi uma casa no bairro Santa Efigênia, na região Leste da capital, onde funciona o escritório do deputado federal Patrus Ananias. O entra e sai de pessoas da casa despertava a curiosidade sobre o que ocorria no interior dela. Perguntado pelo Bhaz, ao sair de seu escritório, Patrus disse que “não desejava ser o informante”. Já seu assessor confirmou a presença da petista na casa destacando que a mineira estava reunida apenas com seus assessores.
O vereador Pedro Patrus (PT) foi um dos que esteve no local, porém alegou que não viu Dilma na casa. “Vim para uma reunião com meu pai (Patrus), pois estou coordenando a campanha dele”, disse. Dilma esteve em reunião de 9h até às 14h30, quando deixou o local de carro acompanhada de uma senhora e um assessor.
A petista, mais uma vez, preferiu não falar, mas demonstrou bom humor ao acenar aos repórteres do Bhaz, ao deixar o escritório. Apesar das insistentes negativas, a presidenta do Diretório Regional do PT em Minas, Cida de Jesus, contou que a reunião com Dilma foi para preparar sua campanha para o Senado. Cida descartou possível candidatura da ex-presidente ao governo.
Cida de Jesus contou que durante todo o encontro a petista demonstrou que estava alegre e com boa expectativa para sua campanha ao Senado.
Muito além do marmitex
O desejo de manter o sigilo do encontro foi tão grande que até o almoço precisou ser entregue por um restaurante. Em duas caixas foram acondicionados pratos como arroz de costela, salada caprese, legumes assados. Foram entregues coca-cola zero, cerveja artesanal e garrafas de água mineral. Além disso, um toque de delicadeza: algumas flores.
A petista chegou a repetir as bananas da terra, que ela disse gostar muito. De sobremesa, Dilma comeu queijo de Araxá com doce de leite. Tudo foi contratado previamente no Restaurante Jacinta, a algumas quadras da casa.
Por volta de 11h30 três mulheres chegaram à casa e foram indagadas por um assessor: “Vieram conversar com a Dilma?”. Elas entraram e após uma hora saíram demonstrando “alegria”. “Como foi encontrar Dilma?”, ao ouvirem a pergunta, o trio assustou e uma delas respondeu: “precisamos almoçar” e seguiram o caminho dando um abraço coletivo.
A forma secreta como aconteceu a vinda da petista causou estranheza em alguns clientes de uma mercearia localizada ao lado da casa. “É estranho pois ela é figura pública, mas temos que respeitar a privacidade dela. Talvez ela não quer estar com a ‘cara’ todo dia no jornal”, opinou um homem que não quis identificar.