[Coluna do Orion] Semana da hora da verdade para MDB, Rodrigo Pacheco e Marcio Lacerda

Chegou o momento decisivo para Marcio Lacerda, Adalclever Lopes e Rodrigo Pacheco (Fotos: Divulgação)

A sete dias do prazo final das convenções partidárias (5 de agosto), esta é a última semana para as convenções partidárias e também a hora da verdade para a maioria daqueles que dizem querer ser candidatos nas eleições majoritárias, de governador e senador. Os pré-candidatos a governador Marcio Lacerda (PSB), Rodrigo Pacheco (DEM), Adalclever Lopes (MDB) e o candidato a senador, Carlos Viana (PHS), vivem o dilema de ser ou não.

De um lado, Lacerda aguarda entendimentos nacionais entre o seu partido e o PDT, que podem levá-lo a disputar como vice-presidente na chapa presidencial de Ciro Gomes. De outro, conversa com o MDB para formar uma terceira via na sucessão mineira. Se nada disso der certo, ele ainda poderá vir a ser candidato a senador na chapa de reeleição do governador Fernando Pimentel (PT).

Adalclever Lopes também torce para que a aliança com Lacerda dê certo e que ele possa encabeçar a chapa da terceira via, depois que seu partido trocou o comando estadual a fim de facilitar as negociações partidárias e eleitorais. Se não prosperar, seu partido poderá voltar a reeditar a aliança com o PT de Pimentel, com quem rompeu politicamente nos últimos três meses.

Rodrigo Pacheco mantém-se pré-candidato, mas para ter viabilidade e sustentação faltam-lhe alianças e recursos financeiros para bancar o projeto. Fará alianças que lhe garanta tempo de televisão na propaganda eleitoral? A direção nacional do DEM vai colocar dinheiro em sua campanha? Enfim, são questões práticas e fundamentais para quem ainda não decolou e tem apenas um dígito nas pesquisas em uma campanha de apenas 45 dias. Como alternativa, poderia ser um dos candidatos a senador na chapa do tucano Antonio Anastasia, que disputará o governo mineiro. Por último, Carlos Viana, candidato a senador pelo PHS, permanece solteiro, aguardando o apoio do candidato a governador pelo PSDB, Antônio Anastasia.

Por isso, Pimentel adiou a convenção para o próximo dia 2, à espera de um vice e de um candidato a senador, que vai disputar ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) as duas vagas ao Senado. Pimentel tentou atrair, sem sucesso, o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente da República José Alencar. Anastasia foi confirmado no sábado (28), mas não apresentou novidades. Ele já reafirmou o vice, Marcos Montes (PSD), e um candidato a senador, Dinis Pinheiro (SD). Falta o segundo senador. Está à espera de Rodrigo Pacheco.

Pimentel está de olho no MDB mineiro. Os deputados estaduais e federais emedebistas avaliam que o melhor caminho seria aliança, sem entusiasmo, com o PT. O que eles mais querem é a reeleição deles para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.

Está faltando vice no mercado eleitoral

Parece que está faltando vice na praça. É grande a indefinição entre os partidos. Até o momento, seis deles já lançaram candidatos a presidente, outros quatro decidiram fazer aliança. São eles, Ciro Gomes (PDT), Paulo Rabello de Castro (PSC), Guilherme Boulos (PSOL), Vera Lúcia (PSTU), Jair Bolsonaro (PSL); Eymael (DC). Ainda faltam outros 12 para definir estratégias e se terão candidato ou não. Desses, pelo menos, seis podem oficializar a candidatura à presidência.

São eles: Manuela D’ávila (PCdoB), Henrique Meirelles (MDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). No total, nove presidenciáveis ainda procuram o vice.

Os outros devem apenas apoiar um ou outro. Além do vice, o que os partidos buscam com as alianças é aumentar o tempo de rádio e tevê no horário gratuito eleitoral, para levar a mensagem ao eleitor em apenas 30 dias numa campanha de apenas 45 dias, a menor da história. Esse foi o meio que os políticos encontraram para evitar a renovação e que aqueles que são pouco conhecidos consigam furar o bloqueio e ocupem o lugar deles.

Nas duas últimas semanas, o empresário Josué Alencar, ou apenas Josué Gomes da Silva, foi o mais cortejado para ser vice. Primeiro de Alckmin, depois de Ciro Gomes (PDT), e também de Fernando Pimentel (PT), na chapa de reeleição do governador. Josué recusou em carta o convite de Alckmin e, quanto a Pimentel, nada disse porque o convite não foi formalizado. Josué não quer participar da vida política por meio de cargos públicos no momento. Alckmin, Ciro e Pimentel seguem procurando um vice e tem que achá-lo até domingo, de preferência, que é o final das convenções; na pior das hipóteses, até o dia 15 de agosto, que é quando se faz o registro da chapa; sem vice não podem prosseguir.

Em termos de aliança, Alckmin saiu-se fortalecido com o apoio do Centrão, bloco que reúne os partidos mais à direita, DEM, PR, PP e PRB e Solidariedade. Com o fortalecimento do tucano graças a essa aliança, seus adversários precisam reagir rapidamente.

O principal rival, Jair Bolsonaro (PSL) tenta atrair o PROS. Sozinho até o momento, ele tenta aumentar o tempo de tevê, que chega a apenas sete segundos. Se conseguir a aliança, pode chegar a 23 segundos.

Além disso, a grande incógnita é a candidatura do ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba. O assunto movimentará o país com o possível julgamento do recurso apresentado pela defesa dele contra a prisão do petista.

Tiago Ulisses desiste da reeleição

O deputado estadual Tiago Ulisses (PV) surpreendeu a familiares e amigos com a decisão de não disputar a reeleição. Ou seja, ficará sem mandato. A razão do parlamentar é eleitoral. Ele apoia a candidatura a governador do tucano Antonio Anastasia, mas seu partido está entre o apoio à eventual candidatura de Adalclever Lopes (MDB) ou a reeleição de Fernando Pimentel (PT).

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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