A tia Denise ‘do buraco’ sobreviveu a uma queda (em BH) com bastante estilo ?

Arquivo Pessoal

O que era para ser apenas mais um dia comum, a caminho do trabalho, transformou-se em uma história que vai acompanhar a costureira Denise Lana, de 52 anos, para o resto da vida. Moradora da capital, ela sofreu uma queda de cerca de três metros de altura, na região Noroeste de BH, ao descer do carro em que estava com o marido e pisar em parte de um passeio que cedeu.

O acidente ocorreu em fevereiro de 2016, na rua Silveira, bairro Graça. No entanto, só veio a público depois que uma sobrinha compartilhou fotos e vídeos dela dentro da cratera a espera de socorro. Desde então ela é a “tia Denise do buraco”. E leva a situação com bom humor.

Leticia (à esquerda) ao lado da tia Denise: amizade e companheirismo marcam relação (Arquivo pessoal)

Foi a estudante de psicologia Leticia Lana, de 23 anos, quem tornou o acidente da tia popular nas redes sociais. Depois de pedir autorização, a jovem publicou o caso em um grupo fechado no Facebook. Lá, o post da sobrinha de Denise já tem mais de mil comentários e 7,5 mil reações.

Além de ter escapado ilesa, já que não sofreu ferimentos na queda, a pose da vítima, dentro do buraco, é o que chama atenção na web. Ela estava de salto alto e óculos escuros, o que para muitos internautas expressa “plenitude” e “estilo”, mesmo diante de uma situação ruim. Certamente o “look” da costureira não foi pensando para a ocasião, afinal de contas ninguém sai de casa imaginando despencar dentro de um buraco e ser fotografado… Mas todo o contexto fez com que o inusitado caso da costureira caísse nas graças da galera.

Leticia e Denise conversaram com o Bhaz nesta segunda-feira (20). A jovem explica que pediu autorização à tia para divulgar os vídeos e fotos do acidente no Facebook. Segundo ela, logo que Denise caiu, familiares acharam melhor não expor o caso. Agora, mais de dois anos depois, costumam dar risada da situação e não veem problema algum em divulgar o ocorrido.

“Nem ficamos muito surpresos com a reação dela lá no buraco. Todos nós caímos bastante, e isso meio que virou uma lenda da nossa família”, contou Leticia. “O assunto ressurgiu na minha festa de aniversário e eu pedi para postar. Ela até gravou um vídeo falando sobre”, diz a jovem. “Nas situações mais adversas ela está lá com aquela cara de plena”, diverte-se.

Denise, por sua vez, confirma ter bom-humor e diz que, depois do susto, começou a achar toda a situação engraçada. “O chão cedeu debaixo do meu pé assim que eu pisei, meu marido chamou os bombeiros e fui levada para o João XXIII”, explica. “Graças a Deus não machuquei, mas tive medo. Depois, quando as pessoas começaram a se aglomerar, fiquei mais tranquila. Toda hora alguém passava e dizia ‘ai que dó, tadinha’. A solidariedade das pessoas me distraiu”, conta.

“Eu fiquei de óculos porque tinha terra caindo no meu rosto. Toda festa de família é a mesma coisa: pego o celular, mostro as fotos e a gente dá risada. Eu sou muito otimista, então estava confiante no trabalho dos bombeiros. Eu aprendi a tentar tirar sempre o lado positivo das coisas”, completa a costureira, que trabalha com conserto de roupas e com crochê.

(Arquivo pessoal)

No meio do caminho tinha um buraco (e ele ainda está lá)

O buraco em que Denise caiu está localizado em um passeio na rua Silveira, em frente a uma construção privada. Ela conta que o chão simplesmente cedeu quando pisou. Ou seja, a cratera pode ter sido provocada pelas condições do terreno, que passou a servir de abrigo para pessoas em situação de rua. Segundo a costureira, o mesmo prédio chegou a pegar fogo recentemente.

Denise conta que o buraco ainda está lá. No entanto, tapumes e concretos foram realocados para impedir que novos acidentes ocorram. Apesar disso, não se sabe quem foi o responsável. “Na época em que eu cai, fui incentivada a entrar com uma ação judicial. Mas não achei necessário. Graças a Deus eu fiquei bem e estou aqui para contar”, disse.

Em Belo Horizonte, o Código de Posturas (Lei 8.616/2003 e Decreto 14.060/2010) diz que a responsabilidade do passeio, assim como sua conservação e manutenção, é do proprietário do terreno. A reportagem, no entanto, não conseguiu localizar nenhum dono.

Quem for pego descumprindo as regras do código, em relação aos passeios, pode ser multado em valores que vão de R$ 652,85 a R$ 3.264,34. Para denunciar irregularidades, basta ligar para o 156 da Prefeitura de Belo Horizonte. Também é possível fazer o procedimento pelo SAC WEB.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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