Conflito interno pode derrubar chapa do Psol em Minas; decisão está nas mãos do TRE

Um conflito interno no Partido Socialismo e Liberdade (Psol) pode inviabilizar a candidatura de Dirlene Marques, a única mulher postulante ao Governo de Minas no pleito de 2018 e prejudicar os planos da vereadora mais votada de Belo Horizonte, Áurea Carolina, de concorrer ao cargo de deputada federal. Isto porque, um membro da própria sigla entrou com um processo no Ministério Público Eleitoral (MPE) pedindo a impugnação completa da chapa.

O MPE acatou e pediu o indeferimento de todos os registros apresentados pela coligação entre PSOL e PCB. Cabe agora ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Seção Minas Gerais decidir.

A ação foi movida pelo pré-candidato a deputado federal, Bruno Bedim, do próprio Psol. Segundo Bedim, há irregularidades na convenção do partido que definiu a chapa atual. O denunciante seria oficializado como candidato, mas teve o nome retirado da chapa. Além disso, com a renúncia da candidata Luciana da Cruz Neves, a porcentagem de mulheres na chapa caiu para 29%.

Em entrevista ao Bhaz, Bruno Bedim informou que teve seu nome retirado da convenção por conta de perseguições internas. “Eu denunciei ao diretório estadual do partido que houve uma distribuição irregular do fundo eleitoral. Ao cargo de Senador, por exemplo, a verba foi dobrada, e isso é ilegal, conforme as resoluções eleitorais”, afirma Bedim.

Segundo ele, após a denúncia, seu nome foi retirado da convenção de maneira arbitrária. “A convenção, realizada no dia 28 de julho foi irregular. Houve manipulação do número de votantes. O diretório estadual deveria ser composto por 27 membros, conforme estatuto do partido. Entretanto, 29 credenciados votaram naquele dia. Desta forma, meu nome foi retirado sem nenhuma explicação”, explica.

A ação de Bruno, caso seja julgada procedente pelo TRE-MG, pode derrubar toda a chapa do PSol, inclusive podendo prejudicá-lo. Questionado sobre isso, ele afirmou que segue confiante na ação e que não irá desistir. “Não sou a favor de injustiça. Com a queda da chapa, a Justiça Eleitoral deve estipular um novo prazo para uma nova convenção que deve ser realizada de maneira correta”, diz.

Psol responde

Via assessoria, o partido respondeu que não houve irregularidades na convenção e que vai se defender judicialmente sobre as acusações. Quanto à distribuição do fundo partidário, a sigla alegou que estabeleceu faixas prioritárias de candidaturas em alguns cargos, colocando mulheres como prioridade na eleição.

Quanto ao fato de Bruno Bedim ter sido retirado da lista, o partido respondeu que o pré-candidato foi o único do Estado a ter o pedido de candidatura negado. A justificativa é de que ele não estava alinhado com os valores da sigla e, inclusive, chegou a ser “machista” em algumas atitudes dentro do partido.

Em relação a queda de porcentagem no número de mulheres, o partido afirmou que não irá buscar uma nova candidata somente para cumprir o número mínimo. Além disso, informaram que, se for preciso, uma candidatura masculina será retirada. A defesa deste tema será pautada na possibilidade de haver um erro de cálculo do MPE, já que a porcentagem caiu para 29,2%.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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