[Coluna do Orion] Adalclever aceita o desafio e vai a Meirelles para viabilizar 3ª via na eleição estadual

Reprodução/Facebook

Se queriam acabar com a terceira via na sucessão mineira, ela pode ressuscitar das cinzas, como uma daquelas aves da política, a Fênix. Após a desistência do candidato a governador Marcio Lacerda (ex-PSB), o candidato a vice dele, Adalclever Lopes (MDB), atual presidente da Assembleia Legislativa, aceitou o desafio de buscar e viabilizar a terceira via na sucessão estadual, hoje polarizada entre os candidatos do PT (Fernando Pimentel, à reeleição) e do PSDB (Antonio Anastasia).

A primeira medida adotada por Adalclever foi consultar, na manhã desta quarta-feira (22), o presidenciável de seu partido, Henrique Meirelles, que precisa ter um palanque em Minas. Viajaram para São Paulo, como essa missão, o presidente estadual do MDB, Saraiva Felipe, o tesoureiro do partido, João Magalhães, e o deputado federal Leonardo Quintão. Atrás de apoio financeiro, eles darão o retorno a Adalclever antes do almoço que terá com todos os partidários nesta quarta.

A coligação que dará suporte à candidatura de Adalclever é a mesma que apoiava Marcio Lacerda e é integrada pelos partidos MDB, Podemos, PROS, PRB, PDT E PV, à exceção do PSB, que, agora, irá apoiar a recandidatura do governador Fernando Pimentel (PT).

Ainda na noite dessa terça-feira (21), foi dada como certa a candidatura a vice do ex-vereador de BH e ex-secretário Daniel Nepomuceno (PV). Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, ele foi exonerado pelo prefeito Alexandre Kalil no dia 6 de abril, para participar das eleições. Além de suas ligações estreitas com Kalil, a chapa com Daniel ainda poderá ter o apoio do prefeito de Betim, Vittorio Medioli (Podemos) e do próprio Marcio Lacerda, que, traído pela direção nacional, tudo fará para enfrentar o que chamou de “velha política” que impediu sua candidatura.

Ao ser perguntado sobre sua eventual candidatura a vice, Nepomuceno disse que não existia chapa para substituir. “Tudo papo, continuo como primeiro suplente do Jaime Martins (candidato a senador na chapa de Lacerda). O próprio Adalclever dizia antes, reservadamente, que, caso Lacerda não fosse candidato, iria disputar a reeleição como deputado estadual.

Essa não é a primeira nem segunda vez que tentam eliminar a terceira via da eleição estadual. Primeiro, os candidatos favoritos nas pesquisas trabalharam fortemente nessa direção para que a eleição ficasse polarizada entre o PT e o PSDB. Primeiro, o tucano Antonio Anastasia e seu campo político conseguiram tirar do páreo o candidato do DEM, Rodrigo Pacheco, e, agora, o PT de Pimentel, com apoio da direção nacional, implodiu a candidatura de Lacerda.

O que disse Lacerda

“Por isso, os grandes interesses agiram dessa maneira covarde. Infelizmente essa é a política que ainda impera no Brasil. Sou retirado da disputa esperando, sinceramente, que esse fato deplorável que ocorreu com a minha candidatura sirva de exemplo para ajudar a transformar de fato a nossa política. Não podemos mais deixar que acordos e conchavos de gabinete predominem sobre a vontade popular”.

O que disse a direção nacional do PSB

“A atitude confere com o estilo: um político inseguro, vacilante, indeciso, que faz política sem qualquer consideração ao esteio de relações que ela implica, afirma não raro, com seu autoritarismo, uma tentativa de superar as fragilidades que promove, ao cultivar um personalismo, de natureza obviamente antidemocrática”.

Prefeitos advertem para colapso

Prefeitos protestam diante do Palácio da Liberdade, em BH. (ASCOM/AMM)

Mais de mil pessoas, a maioria de prefeitos, participaram da manifestação de protesto, na Cidade Administrativa (sede do governo estadual) contra o atraso do estado nos repasses constitucionais de impostos aos municípios mineiros. Eles aderiram à paralisação convocada pela Associação Mineira de Municípios (AMM), nessa terça-feira (21) e foram unânimes em afirmar que, a partir do mês que vem, as prefeituras irão cruzar os braços pela falta total de recursos. Após a concentração na sede do governo, eles saíram em carreata pelas ruas de Belo Horizonte até o Palácio da Liberdade, sede oficial do governo mineiro.

A legislação brasileira determina o repasse imediato da cota-parte dos municípios, de 25%, sobre a arrecadação gerada pelo ICMS e IPVA. “E essa verba, que é fundamental aos caixas dos municípios, está sendo confiscada pelo Governo do Estado. O resultado é uma dívida que se arrasta há quase um ano, já alcançando a cifra de R$ 8,1 bilhões”, acusou o presidente da AMM e prefeito de Moema (Oeste do estado), Julvan Lacerda.

Pressionado pelos prefeitos e pela campanha eleitoral, o governador Fernando Pimentel (PT) recebeu uma comissão de prefeitos e o presidente da AMM e prometeu não atrasar mais os repasses. “Naturalmente, após tantas promessas não cumpridas, os prefeitos declararam insatisfação e pouca esperança no discurso do governador”, admitiu Lacerda.

Participaram da mobilização, de acordo com a AMM, 527 prefeitos, 892 carros e 293 pessoas.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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