Começa o grande palanque das eleições e última chance dos candidatos

Caroline Pacheco/Famecos/PUCRS

Começa, na próxima sexta (31), o grande palanque das eleições presidenciais e estaduais deste ano (horário gratuito eleitoral), já que, até agora, as ruas permanecem indiferentes e distantes da disputa. A campanha pela TV e rádio está mais curta, com menos 10 dias (de 45 para 35 dias) do que foi na eleição passada, mas ainda é considerada a última chance para ficar competitivo e chegar ao segundo turno, claro, para quem tempo no horário gratuito.

O poder da TV e do rádio na campanha serão testados, mais uma vez, no momento em que o imediatismo das redes sociais alcança grande importância e presença entre os eleitores. Quem tem pouco tempo, ou quase nenhum, vai apostar numa estratégia de usar o horário gratuito na tv e rádio para chamar o eleitor a buscar mais informações na internet.

Ao longo de 35 dias, serão 15 programas para os candidatos a governador e a presidente. Como o tempo de campanha é menor, a TV pode perder um pouco de importância, enquanto a internet vira uma alternativa viável para quem não tempo. Não se pode esquecer, no entanto, que essa é uma campanha majoritária em situações continentais. É difícil chegar somente por meio das redes a todos os mais de 5.500 municípios brasileiros e 853 municípios mineiros. Não é fácil.

Os candidatos tentarão ficar mais conhecidos, discutir suas propostas e ainda usar parte do tempo para desconstruir seus adversários mais próximos, especialmente naquelas inserções dos comerciais de 30 segundos, que têm maior audiência por pegar de surpresa o eleitor, que, por sua vez, não terá nem tempo de mudar de canal ou desligar a tv.

Candidatos a presidente serão expostos às terças, quintas e sábados; os candidatos a governador, nas segundas, quartas e sextas. Cada um com sua estratégia tentará convencer o eleitor de que representa mudança para o Brasil e Minas Gerais. Nenhum vai querer vinculação com o atual presidente (Michel Temer) nem mesmo seu ex-ministro da Fazenda e candidato pelo partido dele, MDB, Henrique Meirelles. O mesmo acontece em Minas, onde tucano Aécio Neves será escondido pela campanha do candidato a governador do partido, Antonio Anastasia. A própria campanha de Aécio o está escondendo, já que ele faz campanha em recintos fechados (fazendas do interior), receoso das ruas, após as denúncias de corrupção e abertura de processo.

Ainda em Minas, pelo atraso no registro da chapa encabeçada por Adalclever Lopes (MDB), as ordens e os tempos de propaganda eleitoral dos candidatos para o cargo de governador e senador no rádio e na TV vão mudar, já que um novo sorteio será realizado.

Julgamento de presidenciáveis

Também nesta semana, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deve concluir o julgamento dos registros de candidatura de presidenciáveis que estão sem pedido de impugnações. Os presidenciáveis alvos de pedidos de impugnação são Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSL) e a coligação de Geraldo Alckmin (PSDB). Lula foi impugnado 16 vezes, Bolsonaro, uma vez, e Alckmin teve a coligação contestada pelo MDB.

Montes Claros fecha prefeitura

Cidade polo do Norte de Minas, Montes Claros fechou as portas de sua prefeitura nesta segunda-feira (27). A paralisação faz parte do protesto convocado pela Associação Mineira dos Municípios (AMM) contra o atraso de repasses constitucionais (ICMS, IPVA e Fundeb) pelo governo do Estado.

“Este protesto é uma forma de despertar a sociedade, mostrar que o município não é o culpado pelo que está acontecendo. O culpado é o estado, que está descumprindo suas obrigações legais”, disse o prefeito Humberto Souto (PPS). Na semana passada, em Belo Horizonte, 527 prefeitos, acompanhados de vereadores, secretários municipais e servidores públicos, protestaram nas duas sedes do Governo do Estado em uma carreata que contou mais de 800 carros da Cidade Administrativa ao Palácio da Liberdade. A dívida do Estado com as prefeituras chegou à cifra de R$ 8,1 bilhões.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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