[Coluna do Orion] Candidatos brigam para ser o 2º colocado lugar e ir à final com Bolsonaro

Debate dos presidenciáveis na TV Aparecida, na noite de quinta-feira (20)

Como as pesquisas saem quase que diariamente, fica também quase impossível ignorar a influência delas na campanha, nos discursos e nas estratégias dos candidatos, de todos, dos que estão em vantagem e dos que estão em desvantagem na disputa. Ninguém quer jogar a toalha antes da hora, por isso, a tendência é atacar quem estiver na parte de cima.

Se a situação do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, apesar de imobilizado num hospital, está mais consolidada, com passaporte preparado para o segundo turno, a briga é maior, então, pela segunda vaga, que, hoje, de acordo com as mesmas pesquisas, está indo para as mãos do petista Fernando Haddad, oficializado candidato a presidente há 10 dias no lugar do ex-presidente Lula, que foi barrado pela Justiça eleitoral por conta de sua condenação em segunda instância.

Em resumo, os dois viravam alvos de ataques na tentativa de desconstruir e derrubar um deles. Como todos estão convencidos de que Bolsonaro estará no segundo turno, voltaram, então, as baterias contra Fernando Haddad, que está em processo de crescimento, e tomar o lugar dele. Ao ficar mais conhecido como candidato de Lula, o petista cresce.

De acordo com o Instituto Datafolha, a parcela dos eleitores que dizem conhecê-lo subiu de 65% para 74%, e dos que sabem que ele é o nome apoiado pelo ex-presidente Lula cresceu de 39% para 64%. Esses dados são da última pesquisa do Datafolha feita entre 18 e 19 de setembro. Nessa mesma sondagem, por outro lado, 50% dizem que não votariam em um candidato indicado por Lula, enquanto 33% o fariam com certeza e 16% talvez.

Ainda assim, Haddad é menos conhecido que os outros quatro candidatos mais bem posicionados na disputa. Marina Silva, da Rede, já é conhecida por 91% do eleitorado; 87% afirmam saber quem é Geraldo Alckmin (PSDB) e 86%, Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT).

O fato é favorável a Haddad, abrindo espaço para ele crescer na reta final do primeiro turno, até o dia 7 de outubro, na medida em que fica mais conhecido. Por isso, os rivais ampliam as críticas a ele e ao PT de forma a tentar barrar o seu crescimento. Essa estratégia ficou muito clara, ontem, no primeiro debate (TV Aparecida) do qual o petista participou pela primeira vez como candidato. Haddad ficou no fogo cruzado e teve momentos de troca de farpas com todos os outros.

Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) aderiu ao mantra contra a polarização, divulgando carta para alertar que a situação do país é “dramática”, mas que “ainda há tempo para deter a marcha da insensatez.” Não citou nomes, mas fez campanha contra as “soluções extremas” (campanhas de Bolsonaro e Haddad) e defendeu apoio a candidatos do centro para, segundo ele, evitar o “aprofundamento da crise econômica, social e política”. Ao mesmo tempo, está fazendo campanha para o candidato de seu partido (Alckmin), que, até agora, não conseguiu convencer nem mesmo a seus aliados mais próximos.

Em Minas, também há briga pela 2ª vaga ao Senado

Em Minas, a disputa ao Senado está bastante acirrada, até mesmo entre aliados. Como uma das duas vagas já estaria assegurada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de acordo com as pesquisas e convicção do meio político, todos os outros candidatos brigam pela segunda vaga. Segundo os mesmos dados, o jornalista Carlos Vianna (PHS) está em segundo lugar, mas sem apresentar crescimento.

Uma de suas desvantagens é a campanha solo que faz, já que não está coligado com outros partidos. Tem o apoio dos prefeitos de BH, Alexandre Kalil, e de Betim (Grande BH), Vitorio Medioli, mas carece de um apoio importante nessa reta final, que seria a aliança com os candidatos a deputado federal e estadual, que estão por todo o interior do estado, espalhando santinhos e outras peças de propaganda com o próprio nome, do candidato a governador e com um candidato ao Senado. Vianna está com 11% desde o início. Outra desvantagem é o fato de não ter tempo na propaganda eleitoral gratuita de TV e rádio.

Logo atrás dele, vêm Rodrigo Pacheco (DEM), e Dinis Pinheiro (Solidariedade). Os dois fazem parte da mesma coligação do candidato tucano a governador, Antonio Anastasia, mas travam um duelo particular para chegar lá.

Em outro movimento, menos ruidoso, o candidato Miguel Correa (PT) investe nas redes sociais para ser o elemento surpresa. Dentro do PT, ele também encontra dificuldades, já que todos os investimentos e esforços foram direcionados para a candidatura de Dilma.

Mas, nessa hora de reta final, no último esforço de campanha, mudanças podem acontecer e não ser detectadas pelos institutos de pesquisa.

 (*) Jornalista político; leia mais nowww.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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