Sexto candidato ao governo de Minas que participa das sabatinas promovidas pelo Bhaz, Alexandre Flach (PCO) disparou respostas polêmicas quando questionado sobre o ataque contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL); a situação de Lula (PT); o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e desdobramentos; e suas propostas para a segurança pública. “Eu, pessoalmente, acredito que foi uma mentira. A blusa dele não tem nem um rasgo, várias imagens nais quais não aparece nem sangue. Mesmo se fosse real, tentaram fazer disso uma comoção nacional, mas aquele homem é um monstro. Tinha que ter morrido”, afirmou, quando questionado sobre o ataque sofrido por Bolsonaro.
Alexandre Flach é advogado da causa trabalhista e atua em Belo Horizonte há 12 anos. Durante a entrevista, o candidato apresentou suas propostas e se mostrou ferrenho crítico à prisão de Lula e ao impeachment de Dilma. Relembre as diretrizes da cobertura da disputa política deste ano feita pelo Bhaz aqui.
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Estreante na corrida ao Palácio da Liberdade, Flach corre risco de ter sua candidatura indeferida – juntamente com a da correligionária Ana Paula Saliba ao Senado – em virtude da não prestação de contas do partido em 2015 ao TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) e espera decisão da Justiça sobre recurso apresentado.
Durante a entrevista (veja a íntegra abaixo), o advogado acredita que o impeachment de Dilma Rousseff é um dos grandes motivos para o déficit nas contas públicas. Apesar de descartar possibilidade de vitória, o candidato aproveitou o momento para apresentar propostas e se posicionar sobre alguns assuntos.
Pagamento dos servidores e problemas de cofre
Com relação ao pagamento escalonado dos servidores públicos e a todos os problemas dos cofres públicos mineiros, Flach é enfático ao afirmar que se trata de uma consequência do “golpe de Estado” que o Brasil está vivendo – forma como o candidato e o partido encaram o impeachment de Dilma Rousseff. “Minas não está isolada do contexto nacional. O Brasil está debaixo de um golpe de Estado que colocou de forma fraudulenta pessoas sem nenhuma representatividade popular. Aqui em Minas, o orçamento foi estrangulado e limitado, os valores não foram passados devidamente e ainda há a crise econômica. Toda essa situação é decorrente do golpe”, afirma.
Para solucionar todos os problemas de caixa do governo, o programa de governo do PCO prevê o calote da dívida do Estado com bancos e com a União. “Essa torneira tem que fechar imediatamente”, defende. Dessa forma, pretende fazer o rearranjo das contas públicas para regularizar o pagamento de servidores e realizar os demais investimentos.
Reforma administrativa
Quando questionado a respeito das propostas a respeito da máquina estatal, Flach afirma que medidas de enxugamento estão “completamente contrárias ao programa do PCO”. “Consideramos que o Estado, como está hoje, ainda não atende as necessidades da população. Já apontei que os bancos são os principais causadores do déficit e jogar esse tipo de prejuízo nas costas do servidor público é completamente a parte do partido”, salienta.
Políticas públicas nas ‘mãos dos funcionários’
Em relação a políticas para educação e saúde, o PCO propõe estatização total dos serviços. A gestão dos aparatos ficaria por conta de conselhos compostos pelos próprios funcionários e pela comunidade pertencente aos espaços. “Esses conselhos definem para onde vão os recursos e se reúnem entre si. A partir daí, nasce a política pública”, explica.
Fim da Polícia Militar e políticas de Segurança Pública
A respeito da questão da segurança pública, Flach avalia a PM como uma força “fora de controle” de qualquer instância. “As polícias que temos têm que acabar. Precisamos de forças de segurança de outros moldes, colocadas sob o controle direto da população. Em um bairro, comunidade, eles mesmo iriam gerir a própria segurança, com livre acesso a armas e treinamento. Eles se revezam e cuidam de si mesmos e, assim, não se reprimem”, ressalta.
Indeferimento da candidatura
Flach avalia a decisão da Justiça Eleitoral de indeferimento da chapa do PCO como “perseguição”. “Em 2015, o PCO de Minas estava completamente parado, não tinha contas a prestar. Mas prestamos mesmo assim: zero real. Essa prestação ainda está nos trâmites da Justiça, mas eles se adiantaram e impugnaram. Estamos recorrendo”, alega.
#EleNão e Bolsonaro
Apesar de ferrenho crítico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o candidato e o partido são contrários ao movimento #EleNão – criado por mulheres contrárias à candidatura do deputado federal. “Não é um movimento completamente ilegítimo; temos que combater o fascismo, é muito importante. Mas o #EleNão é impulsionado pela direita – as mesmas pessoas que impulsionaram o impeachment da Dilma e a prisão do Lula. O impedimento de Rousseff, inclusive, foi misógino e não teve nenhum movimento disso; pelo contrário, a direita estava colocando o fascismo na rua e agora tenta guardar o cachorro bravo”, argumenta.
Flach ainda questionou a veracidade do ataque sofrido por Jair Bolsonaro no início de setembro e afirma que “teria que ter morrido”. “É como saber que um soldado na primeira guerra tinha o Hitler na mira. A gente hoje em dia diria que seria um mau negócio? Bolsonaro é nessa linha. Não tem que ter pena”, posiciona.
Perfil
Alexandre Flach tem 48 anos e é natural da capital de São Paulo. Mora em Minas Gerais há mais de 15 anos e, em BH, desde 2012. Atua como advogado trabalhista e foi militante no “Comitê pela Anulação do Impeachment” e contra a prisão do ex-presidente Lula. É filiado ao PCO desde 1º de janeiro deste ano na cidade de Itanhandu, no Sul do Estado.