Candidato usa bode para promover campanha na Praça Sete e recebe críticas

Flávio Cravo+Bhaz

Um bode colocado na Praça Sete, no coração do Centro de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (3), chamou a atenção de quem passava pelo local. O animal estava preso a uma das árvores nos quarteirões fechados da praça. De acordo com os pedestres que passavam pela região, o animal estava acompanhado de um homem que instigava as pessoas a descobrir a razão do bode estar ali, e dizia para que visitassem seu site.

O Bhaz apurou e descobriu que a presença do animal na praça faz parte da campanha do candidato a deputado federal Thiago Alcântara (PHS). Ele estava no local, junto do bode, e conversou com nossa reportagem.

Segundo Thiago, o bicho é mascote dos ‘Guardiões da Felicidade’, projeto que engloba sua candidatura e de sua irmã, Perla Alcântara (PHS). Os dois ficaram famosos nas redes sociais após defenderem uma política com “mais sexo, menos trabalho e mais dinheiro”.

“Ele é uma surpresa, você precisa entrar no meu site para descobrir. Em breve vamos revelar o segredo”, disse Thiago. Questionado sobre a exposição do animal a maus-tratos, já que estava fora de seu ambiente de convívio, o candidato explicou que é a primeira vez que faz isso.

“É a última também, pois é muito estressante. Mas, o Jeremias – nome do bode – não é maltratado, ele vive em um sítio da minha família e é meu bicho de estimação. Ele é bem cuidado e muito feliz. As pessoas que estão reclamando da presença dele aqui querem tomar conta da vida de um animal, mas sequer se preocupam com um mendigo na rua, por exemplo”, afirmou o candidato.

Foto: Flávio Cravo

A situação não desagradou somente a pedestres que passavam pelo local, mas também a presidente da ONG Proteger, que é filiada ao Movimento Mineiro pelos Direitos Animais, Mariana Liceia. Segundo ela, a associação repudia a ação de Thiago Alcântara.

“Ele estava usando o animal em um ambiente inadequado. Eu passei por lá e vi o bode, conversei com o Thiago e ele não soube explicar a razão do animal estar ali. Trata-se de uma exploração política para benefício próprio do candidato e não do animal”, diz Mariana.

Ela ressaltou que ambientes como o Centro da cidade não são recomendados para esse tipo de animal. “Não somos a favor de andar com animais em ambientes que o exponham a estresse, medo, sede e liberdades básicas. Locais cheios, barulhentos e poluídos são inadequados para animais dessa espécie. Além disso, ele não tinha um recipiente com água e estava calor. Estava somente com uma sacola com legumes para o bode”, afirma a presidente da ONG.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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