PBH lança concurso nacional de arquitetura, urbanismo e paisagismo para revitalizar Avenida Bernardo Monteiro

Árvores antes da praga da mosca branca, em 2012 CMBH/Divulgação

Depois de seis anos dos primeiros sinais de adoecimento dos fícus gigantes da Avenida Bernardo Monteiro, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que dizimaram grande parte das frondosas árvores, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), acaba de criar um concurso nacional para revitalizar o local. As inscrições serão abertas nesta terça-feira (16) e vão até 11 de janeiro de 2019.

O edital do Concurso Nacional de Estudos Técnicos Preliminares de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para a Revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo
Monteiro prevê a intervenção no trecho compreendido entre a Avenida Brasil e a Praça Hugo Werneck -, entre os bairros Funcionários e Santa Efigênia, no limite entre as regiões Centro-Sul e Leste, da capital.

O processo de licitação vai selecionar projeto de arquitetura, urbanismo e paisagismo, em caráter de estudo técnico preliminar, e a subsequente contratação da elaboração e entrega dos respectivos projetos de desenvolvimento do mesmo, visando à sua implementação. O material deve prever os respectivos projeto de arquitetura, urbanismo e paisagismo, o projeto executivo e os projetos complementares (drenagem, irrigação, sinalização, instalações elétricas e luminotécnico, acessibilidade, conforto ambiental e mobiliário urbano) e planilhas de custos de implantação, para a revitalização completa do espaço. A estimativa de custos da implantação total da proposta deve atingir R$ 500 mil.

Adoecimento das árvores e resgate do espaço

Segundo Júlio De Marco, arquiteto urbanista da Gerência de Projetos Especiais da SMMA, depois da infestação de mais de uma dezena de fícus com mosca branca (Sin­ghi­e­lla sp.) e seu adoecimento a partir de 2012, era intenção da prefeitura revitalizar o espaço, já que a área é de grande importância para a cidade, do ponto de vista paisagístico e também de manifestação cultural.

“Queríamos restaurar e devolver à cidade a ambiência do local, área de sombra e com vegetação; o espaço de contemplação; e a volta das feiras (de Antiguidades e Alimentação, que ocorre aos sábados; e de Flores, às sextas-feiras) à Bernardo Monteiro. Essa área sempre foi de interesse do patrimônio cultural, e, depois do problema da mosca branca, entendemos que não era possível podar e retirar as árvores, uma vez também que a comunidade, os lojistas já tinham uma relação com aquele espaço”, explica.

De acordo o arquiteto, o edital levou um tempo maior para sair, pois houve troca na administração da cidade, foram necessárias reuniões com o Conselho Deliberativo de Meio Ambiente, entidades ambientalistas, lojistas, feirantes e Conselho do Patrimônio para que fossem retiradas as diretrizes do documento sobre o concurso. “Tivemos reforma administrativa, período eleitoral, não podíamos lançar nada. Os conselhos foram então reestruturados e agora chegamos no ponto em que estamos nesse processo”, acrescenta.

De acordo com Júlio De Marco, o projeto a ser apresentado deve contemplar estágio intermediário e final do concurso, com alternativas que já deem ao espaço uma nova cara. “A questão das árvores de grande porte não é fácil, pois não é possível plantar e a árvore crescer naquele tamanho em um, dois anos. Mas há alternativas, como a construção de pergolados, trepadeiras, que possam oferecer condições de sombreamento e conforto para o local”, diz.

Identificação de espécies

Ele esclarece também que os fícus da Bernardo Monteiro vieram depois da fundação de Belo Horizonte, em 1897, mas essa região arborizada já era prevista na planta da cidade desenhada por Aarão Reis. O edital prevê a identificação de quais espécies podem ser usadas no espaço. Em princípio, De Marco diz que o certame não prevê a retirada do que sobrou das árvores podadas que lá estão.

“Pensamos num concurso nacional justamente para que tenhamos várias propostas do país, de profissionais que já enfrentaram situação similar em outras cidades e que possam dar essa contribuição de nos apresentar uma solução. A análise técnica será feita por comissão de pessoas da PBH, SMMA, mas também do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). A análise do projeto vai levar em conta também a proposta de manutenção, que será assumida pela PBH quando tudo estiver pronto”, acrescenta o arquiteto urbanista.

O edital completo sobre o concurso foi publicado no Diário Oficial do Município de sábado (13), onde já consta também a relação das comissões organizadoras do concurso, bem como as equipes de apoio.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!