Banheiro da UFMG é pichado com suástica: ‘Pelo fim do mimimi e dos privilégios’

Reprodução/Twitter/UFMG

A porta de um dos banheiros do Centro de Atividade Didáticas (CAD) 3 da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no câmpus Pampulha, em Belo Horizonte, foi pichada com uma suástica e com o número 17, fazendo alusão ao candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. O caso ocorreu nesta sexta-feira (19)

“Faculdade é coisa séria, para poucos! Pelo fim do mimimi e dos privilégios”, diz a frase acompanhada de B17 e do símbolo do nazismo. A imagem foi compartilhada no Twitter e internautas denunciaram o caso.

Ao Bhaz, Anna Carolina de Paiva Leal, coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMG, disse que eles foram acionados por alunos e que foram ao local citado e confirmaram a pichação.

“Estamos tomando as providências e pedindo apoio jurídico. Por se tratar de um crime podemos acionar a Polícia Federal (PF), iremos nos posicionar por meio de nota”, disse Carolina destacando que está em contato com o pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Tarcísio Mauro.

Ainda no Twitter alguns internautas disseram que a pichação teria sido apagada após a denúncia, algo desmentido pela coordenação do DCE. “Fomos informados e ao irmos no local confirmamos a denúncia. Por se tratar de uma prova de crime, não se pode apagar. A pichação continua por lá”, disse Anna Carolina.

Segundo informou o DCE, o local foi interditado.

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira condenaram, em nota veiculada na noite desta sexta-feira, a “pichação ofensiva” contra membros da comunidade universitária no prédio do CAD3, no câmpus Pampulha.

“A UFMG não pode aceitar que manifestações de intransigência e autoritarismo se voltem contra o bem comum e o interesse coletivo, o respeito à diversidade e aos direitos humanos, ideais caros a uma Universidade democrática e republicana”, afirmaram os dirigentes.

Segundo o comunicado oficial da universidade, a ocorrência foi registrada, e providências serão tomadas para apurar o episódio.

Pichação no Estadual Central

Nesta terça-feira (16)  um dos colégios mais tradicionais de Minas Gerais amanheceu nessa terça (16) marcado pela intolerância. A comunidade escolar da Escola Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, se deparou com uma pichação de uma suástica, acompanhada de um número 17 e da frase “morte aos gays”.

Apologia ao nazismo é crime

No Brasil, a legislação brasileira prevê reclusão de dois a cinco anos para quem “divulgar o nazismo”. De acordo com o parágrafo primeiro do artigo 20 da Lei do Crime Resultantes de Preconceito de Raça e de Cor 7.716/89, é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular, símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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