Zema e Anastasia trocam farpas no primeiro debate do 2º turno na TV

Rodrigo Salgado/Bhaz

A TV Bandeirantes promoveu na noite dessa quinta-feira (18) o primeiro debate entre os candidatos ao governo do Estado que disputam o segundo turno. O embate de estreia foi marcado por troca de farpas entre os candidatos Antônio Anastasia (PSDB) e Romeu Zema (Novo): de um lado, o senador batendo na tecla da inexperiência de seu concorrente; de outro, o empresário reafirmando que vem sendo vítima de fake news.

Apesar dos embates, ambos os candidatos avaliaram o debate como positivo. “Foi de alto nível, de propostas. Nossa campanha vem sendo baseada no nosso plano de governo e também no dele e nas entrevistas concedidas por ele. São só dois candidatos, é inafastável a comparação”, ressaltou Anastasia. “Eu vi o debate como positivo. Dá pra ver as divergências entre as propostas e isso é bom. Assim, o povo vê que há soluções diferentes para Minas”, salientou Zema.

Com relação às supostas fake news disseminadas pela campanha de Anastasia, Zema defende que “deve haver alguém por trás”, pois “isso não é da índole do senador”. “Tenho sido informado de coisas absurdas que tem saído ao meu respeito. Já fui taxado de tudo; acho que só não fui taxado de serial killer, de vampiro, de canibal. Vejo que isso faz parte da velha política”, opinou o empresário.

Por outro lado, Anastasia nega que o fato de insistir no argumento da inexperiência na administração pública de Zema seja uma estratégia. “Na realidade, estamos mostrando o perfil de cada candidato: o meu como servidor, o dele como empresário. Somos diferentes e caberá ao eleitor escolher o melhor”, explicou o tucano.

Embates, ironias e troca de farpas

Logo na pergunta inicial do primeiro bloco, Anastasia trouxe para o debate uma entrevista dada por Zema, no ano passado, em que o empresário dizia “não estar preparado para governar o Estado”; o candidato do Novo, por sua vez, refletiu e mudou de opinião após se deparar com “a crise causada pela classe política”.

Em seguida, Zema afirmou que a campanha de Anastasia vem se baseando em “fake news e baixaria”. O senador, por sua vez, negou, dizendo que se baseia nas entrevistas e no próprio programa de governo do empresário. O candidato do Novo insistiu, chegando a perguntar se quem estava por trás da campanha “era Aécio ou Andreia Neves”.

Anastasia no segundo bloco afirmou que faria um enxugamento da máquina pública caso eleito; Zema questionou, afirmando que, quando governador, o tucano aumentou o tamanho do funcionalismo. O senador não perdeu a oportunidade de alegar que o candidato do Novo demonstra “inexperiência e não conhece a história do funcionalismo público”.

Ainda nesse bloco, quando a pergunta era sobre geração de empregos, Zema defendeu que facilitará a burocracia para investimentos no Estado. Anastasia aproveitou para cutucar mais uma vez, trazendo à discussão uma entrevista em que o empresário diz que “pagava R$ 300 por mês para uma empregada doméstica”. Zema rebateu afirmando que, na ocasião, denunciava as más condições de trabalho recorrentes no Vale do Mucuri.

No início do terceiro bloco, por sua vez, Zema foi audacioso e fez uma pergunta sobre a Funed (Fundação Ezequiel Dias) – isso porque na última terça-feira (16), durante entrevista ao portal “G1”, ele admitiu não conhecer a instituição. Anastasia respondeu parabenizando o oponente por ter “estudado sobre o assunto”, mas criticou quando o empresário afirmou ser “um cabide de emprego”. “A Funed é uma das principais produtoras de remédios populares do Brasil. Lá não há cabides de empregos. Há, sim, cargos políticos, mas também profissionais de carreira. Não podemos desprestigiar as nossas instituições”, afirmou.

A partir de então, os candidatos se voltaram principalmente para um debate mais propositivo e voltado para seus planos de governo. Zema, inclusive, admitiu ter voltado atrás de algumas propostas. “Somos humildes para rever nossas opiniões. O mundo é dinâmico”, disse. Entre as desistências, está a privatização da Cemig e da Copasa para o momento.

Bastidores e pesquisas

O primeiro a chegar na sede da emissora foi Romeu Zema. Mostrou-se confiante para o debate e, quando questionado sobre os resultados da pesquisa Datafolha divulgada ontem, foi cauteloso. “Estou satisfeito, mas enquanto o juiz não apitar o final do segundo tempo o jogo não acabou e tudo pode acontecer. Então, estamos trabalhando como se estivéssemos começando hoje”, afirmou.

Quem chegou de surpresa para o debate foi o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PHS). Ele falou com jornalistas e garantiu que não apoiará nenhum dos candidatos. “Apoio não adianta nada”, disse.

Por volta das 21h30, o tucano Antônio Anastasia foi o último a chegar nas dependências da Bandeirantes, mas não concedeu entrevista à imprensa. Durante coletiva após o debate, Anastasia lamentou os números das pesquisas, mas ainda se mostra confiante. “As pesquisas não foram favoráveis, mas elas já estão um pouco desmoralizadas. Pensar que essa mesma Datafolha no sábado anterior à eleição me colocava faltando cinco pontos para ser eleito em primeiro turno”, ressaltou.

Rodrigo Salgado

Repórter do Portal Bhaz.

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